Categoria: Imunidade

NOTA SOBRE ACADEMIAS, EXERCÍCIO FÍSICO E COVID-19

Nota 3 da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) (“Academias”, Exercício Físico e COVID-19)

São Paulo, 23 de julho de 2020

 

A pandemia da COVID-19 já está escrita na história da humanidade. É praticamente impossível encontrar alguém que não tenha sido afetado, direta ou indiretamente, por esta nova doença.

Quando vemos que nossas principais medidas contra esta infecção são o distanciamento social e protocolos de higiene, percebemos um cenário de evolução da humanidade muito diverso, em alguns segmentos, nos últimos 102 anos (desde a pandemia da gripe espanhola, em 1918, até os tempos atuais). De um lado, presenciamos o avanço espetacular em algumas áreas, como as de tecnologia, transporte, indústria e agricultura. Infelizmente, constatamos quão pouco evoluímos em outras, como no conhecimento de medidas de prevenção e/ou tratamento de infecções virais.

Assim, temos de nos contentar com o que está à nossa disposição, e o distanciamento social é uma das alternativas que tem sido tomadas, de maneira sistemática, por autoridades governamentais. Muitas vezes, este distanciamento é alcançado com o fechamento de atividades dos mais diversos setores, objetivando minimizar o contato interpessoal e, consequentemente, reduzindo o risco de propagação do SARS-COV2.

Em algumas cidades, diferentes atividades foram categorizadas de acordo com critérios que as definiram como essenciais ou não. Chama a nossa atenção o fato de, em algumas localidades que estão adotando regras de flexibilização, “academias” permanecerem com proibição de abertura, ao mesmo tempo que setores como bares/restaurantes, shoppings e comércio em geral são gradativamente liberados.

Sem dúvida alguma, há a possibilidade de se criarem indesejáveis aglomerações em todos estes estabelecimentos. Contudo, o controle de identificação, acesso e fluxo dos usuários, além de regras de distanciamento e higienização, em academias, pode ser mais viável e eficiente de se fazer do que em bares/restaurantes, shoppings etc. Mas o principal ponto é que a ida a estes locais já liberados não é capaz de trazer benefícios físicos e mentais comparáveis à prática de exercícios, que é uma das principais atitudes que uma pessoa pode adotar para melhorar sua saúde. Combatendo o sedentarismo, reduzimos o risco de doenças cardiovasculares (infarto, hipertensão etc.), metabólicas (obesidade, diabetes etc.), ortopédicas (osteoporose, artrose etc.), psiquiátricas (ansiedade, depressão etc.), dentre outras.

Ainda, nos tempos atuais, um dos efeitos crônicos mais importantes que a prática regular de exercícios pode trazer é a melhora da defesa imunológica, que faz com que nosso organismo se torne mais resistente a infecções. Isso não quer dizer que pessoas fisicamente ativas estejam imunes ao SARS-COV2, porém este efeito protetor pode ajudar nas condições gerais do praticante e, portanto, em sua resposta potencialmente melhorada a agentes infecciosos. Infelizmente, o exercício físico é, muitas vezes, negligenciado como uma intervenção eficaz para o aumento dos indicadores de saúde da população.

Quando falamos na pandemia da SARS-COV2, em especial, estamos lidando com milhões de pessoas acometidas. É bastante provável que estejamos subestimando estes números, pela grande quantidade de casos não diagnosticados. Entretanto, temos outras pandemias mundiais, como as de obesidade e do sedentarismo (com seus conhecidos malefícios e associações com diversas patologias), atingindo um número muitas vezes maior de pessoas que as acometidas pela COVID-19.

Portanto, num momento onde, em diferentes localidades, setores não essenciais estão reabrindo, a maioria, senão todos, com mais dificuldades de controle e aplicação de protocolos preventivos, quando

comparados às “academias”, a proibição de funcionamento destas (desde que cumpram regras previamente estabelecidas junto aos comitês gestores de saúde locais), se torna um desserviço ao sistema de saúde.

Assim, nossa indicação junto às autoridades competentes, nas localidades onde estiver ocorrendo esta situação, é pela revisão da proibição de funcionamento de “academias”, seguidos os devidos cuidados de controle aplicados aos demais segmentos com autorização de abertura, além de medidas específicas que se façam necessárias, dentro das características desse setor.

Ressaltamos que a intenção desta Nota não é sugerir ou influenciar qualquer autoridade governamental a tomar decisões pertinentes à abertura ou fechamento de “academias”, nem de quaisquer outros tipos de estabelecimentos. Apenas entendemos que, no momento em que o poder público define pela abertura de atividades comerciais e de serviços em ambientes fechados, as “academias”, por tudo que foi exposto acima, deveriam receber a mesma atenção e tratamento.

Participaram da elaboração deste documento: Dr. Daniel Arkader Kopiler, Dr. Fernando Carmelo Torres, Dr. José Kawazoe Lazzoli, Dr. Marcelo Bichels Leitão e Dr. Marcos Henrique Laraya.

 

EXERCÍCIO FÍSICO E SAÚDE MENTAL EM MEIO A PANDEMIA

Exercício físico e saúde mental em meio a pandemia do novo corona vírus é um assunto que muitos especialistas vem discutindo.

É muito comum para algumas pessoas ao se deparam com o termo saúde mental, em algum momento, associá-lo à “doença mental”, e por vezes de forma pejorativa, porém sabe-se através de diversas pesquisas que a saúde (em todas as suas dimensões) não se resume exclusivamente à ausência de doenças [mentais ou não]. Para clarear essa ideia, entenda que a saúde mental está associada ao modo como lidamos diante de determinadas situações que vivemos diariamente, a forma como reagimos aos estímulos são reflexos de diferentes mecanismos, sejam emoções, alegria, tristeza, raiva, amor etc. Diante disso, é complexo concordar que nos encontramos saudáveis [mentalmente] todos os dias, o tempo todo, e que isso permanecerá assim!

Fique tranquilo(a)! É de exclusividade humana ter limites e medos, não ser perfeito e não estar bem todos os dias, mas… É importante refletir sobre a forma mais adequada de lidar com o turbilhão de coisas que nos afetam, desde o enfrentamento de desafios e mudanças cotidianas à aceitação de que em algum momento será preciso frear, pausar, pedir ajuda, e tudo bem, é importante aceitar isso. Todos nós podemos manifestar sinais de sofrimento psíquico em algum momento da nossa vida.

Talvez a dúvida neste exato momento seja: Qual a relação entre o que foi citado anteriormente com os exercícios físicos? Pois bem… Vamos “linkar”essas ideias com a situação atual em que nos encontramos, em meio a uma pandemia global.

A pandemia de COVID -19 trouxe consigo desafios emergenciais que têm afetado grandemente toda a sociedade. Nota-se que conforme há um aumento de casos confirmados, em contrapartida, a exigência de isolamento social se intensifica, e agora, se torna mais difícil manter-se fisicamente ativo por causa de diversos fatores, tais como, na esfera do trabalho: home office, lay off, além das preocupações de âmbito psicossociais que são aumentadas por esses fatores devido a redução de carga horária, renda e desemprego (principalmente nesses casos, estar em casa não significa disposição para se exercitar). Assim, nossas rotinas de vida, trabalho, estudo, lazer, entre outras, encontam-se totalmente comprometidas e nos restou o desafio de conseguir cumprir todas as exigências diárias e ainda assim praticar exercícios físicos, que deveriam ser uma prioridade para manutenção da nossa saúde no enfrentamento da COVID-19.

Se anteriormente à pandemia as dificuldades de permanência em programas de exercício físico eram perceptíveis em diversas pessoas, imagine em um momento delicado em que até mesmo os estabelecimentos que promovem essas práticas, sejam eles estúdios, academias de ginástica, espaços de treinamento e lazer de prédios/condomínios etc., têm seu funcionamento interrompido e por vezes questionado. Essas e outras situações relacionadas à maior permanência em casa podem favorecer o comportamento sedentário, por meio do aumento do tempo sentado utilizando telas (celular, TV, computador); a diminuição dos níveis de atividade física; e o aumento exponencial do estresse; comprometendo negativamente a saúde, bem-estar e qualidade de vida, consequentemente, afetando diretamente a saúde mental.

Pensar que os riscos do sedentarismo são apenas fisiológicos (hipertensão, diabetes, obesidade etc.) é um engano, não podemos deixar de considerar seu efeito devastador na saúde mental. Já está evidenciado cientificamente que pessoas sobrepesadas que se encontram fisicamente ativas têm menor risco de mortalidade do que indivíduos sedentários com seu peso normal ou magros. Além disso, dados epidemiológicos mostraram que: “pessoas moderadamente ativas têm menos risco de serem acometidas por desordens mentais do que as sedentárias”. Essa pesquisa relata também que há maior chance de desenvolvimento de Alzheimer e de Parkinson, além de problemas de autoestima, autoimagem, depressão e aumento de ansiedade e estresse, naqueles que se encontram sedentários. Já para quem é ativo fisicamente notou-se a diminuição dos níveis de estresse e ansiedade de maneira geral, melhora da capacidade cognitiva, da autoestima, do autoconceito, da imagem corporal e socialização, inclusive em pacientes que já apresentam algum risco mental.

Nesse contexto, realizar alguma atividade física se torna extremamente importante, pois quando não a praticamos ficamos vulneráveis às diversas comorbidades. Há momentos em que nosso próprio corpo nos alerta de que precisamos nos movimentar, observe os sinais!

É provável que em algum dia você tenha sentido o seu corpo cansado, com a sensação de que seus movimentos estão “presos”, tensos e que precisa “se esticar”. Este é um sinal!!! É o seu corpo implorando por algum movimento. Fisiologicamente falando, isso pode ser um comando enviado do cérebro a receptores sensoriais específicos, solicitando que algum movimento aconteça para que a produção de alguns hormônios (serotonina, endorfina e dopamina) seja reequilibrada. Esses hormônios participam da regulação dos estados de humor e caso eles permaneçam desequilibrados em sua produção, há riscos de desenvolvimento de transtornos mentais, como o mau humor, mal estar, indisposição e, em casos mais graves, a depressão. Por isso a premissa, movimento é vida!

Aspectos Hormonais: Exercício Físico X Saúde Metal

Ao se tratar das questões hormonais, identifica-se que não há na literatura científica um consenso sobre os mecanismos de regulação e exata interação dos aspectos psicológicos e fisiológicos quando induzidos pelo exercício físico, mas há diferentes hipóteses que norteiam o entendimento das alterações nas relações de humor, bem-estar e nos aspectos da saúde mental. Antes de entendermos esses processos, é importante salientar que a prática regular de exercícios físicos tem sido difundida nos últimos anos como uma alternativa não medicamentosa no tratamento de diversas doenças crônico-degenerativas, promovendo a saúde nas dimensões física e cognitiva.

Sobre as hipóteses que explicitam a interação hormonal durante e pós-exercício, temos a hipótese da endorfina está relacionada ao sentimento de euforia,redução da ansiedade, da tensão, da raiva, da confusão mentale do estado depressivo. Beneficia a melhoria do humor e controle da ansiedade e do estresse, que podem ser percebidos durante e após a prática de exercícios físicos.

As monoaminas, outra hipótese, indica que a melhoria do estado de humor está associada ao aumento dos níveis dos neurotransmissores noradrenalina e serotonina, que se encontram diminuídos em pessoas depressivas,

A hipótese dos endocanabinóides diz respeito às mudanças psicológicas observadas após uma sessão de treino, onde ocorre o aumento de sua produção e da concentração de anandamida na circulação sistêmica provocando uma ação nos tecidos, especialmente nas fibras sensoriais periféricas, o que proporciona o alívio da dor.

Recomendações e Benefícios da Prática de Exercícios para a Saúde Mental

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de 150 minutos de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos de alta intensidade por semana, podendo ser também o acumulo (cumprir o tempo semanal fracionando-o) ou a combinação de ambos. Nesse sentido, para manutenção da saúde “geral”.

Ao pensar em atividades físicas que possam prevenir, amenizar ou tratar as doenças de fundo psicológico (transtornos) temos as atividades aeróbicas: caminhar, correr, pedalar, dançar; e os exercícios físicos resistidos. Aqui cabe uma pausa para diferenciar a atividade física do exercício físico, onde a primeira é definida basicamente por qualquer prática que tenha um gasto energético superior aos níveis de repouso (ex. lavar louças) e o segundo pode ser entendido como uma prática sistematizada (planejada), neste caso, controlando diversas variáveis

Estudos apresentaram que a condição física encontra-se positivamente ligada à saúde mental e ao bem estar. Para a depressão, uma caminhada de 15 minutos por dia pode reduzir os seus riscos em 26%. Em casos leves e moderados, os exercícios físicos (sistematizados) são suficientes para proporcionar um bom tratamento, sem o auxílio de medicamentos psiquiátricos; os casos graves de doença mental podem exigir um tratamento profissional especializado e o exercício físico serviria de complemento, se apresentando como uma terapia auxiliadora altamente benéfica em diversos casos de transtornos mentais.

Outras pesquisas mostraram que: práticas não competitivas, de relaxamento muscular e de respiração rítmica, associadas aos exercícios aeróbicos com movimentos rítmicos e repetitivos proporcionam, em maior grau, a melhora imediata de humor; Intensidades moderadas, independente da modalidade, são promotoras de benefícios psicológicos pós-exercício, tanto no humor, quanto no bem-estar; O tempo de duração de uma sessão de treino pode influenciar em aspectos da saúde mental, sendo que sessões de até 30 minutos são consideradas benéficas para melhoria do humor e bem-estar; Quanto maior for a expectativa do individuo de que seu humor irá melhorar após o exercício, maior será seu benefício psicológico ao realizar o treino, e quanto mais baixo estiver o seu estado de humor pré-exercício, maior será a probabilidade de melhoria pós-exercício.

Outras Recomendações (Para Casa)

Fazer pausas curtas e ativas durante o dia pode beneficiar sua saúde mental, algumas opções são: dançar, brincar com crianças, realizar tarefas de casa;

Sempre que possível siga uma aula de exercícios online, programe o despertador para não se esquecer;

Andar é muito importante, estudos relataram que dar até 1000 passos por dia podem trazer diversos benefícios para a saúde, então ande, pode ser pela casa, durante uma chamada telefônica, subindo e descendo escadas, seja nas ruas (seguindo todos os cuidados de segurança e distanciamento);

Levante-se, não fique parado(a)! Lembre-se que o sedentarismo é uma das grandes causas de mortalidade. Em situações de home office, estudos ou situações que necessitem de permanência sentada, se esforce para fazer pausas de 10 minutos a cada hora e não se esqueça de ajustar sua cadeira, ela pode te prejudicar. Levante-se para beber água, ir ao banheiro, fazer um carinho no pet de estimação, mas movimente-se!

Relaxe (inspira, respira, não pira). Técnicas de respiração, meditação e alongamentos podem auxiliar na redução de dores e diminuição de tensões;

Cuidado com o excesso de informação, filtre os conteúdos pertinentes;

Cuide do seu corpo praticando atividades físicas e se alimentando bem (fuja de alimentos processados, valorize aqueles naturais que precisam de preparo);

Estabeleça uma rotina e inclua atividades físicas nela!

 

REFERÊNCIAS

  1. https://nacoesunidas.org/oms-o-impacto-da-pandemia-na-saude-mental-das-pessoas-ja-e-extremamente-preocupante/
  2. https://pssa.ucdb.br/pssa/article/view/102
  3. https://www.diabetes.org.br/publico/colunas/53-dr-rodrigo-lamounier/359-vive-mais-um-gordinho-ativo-que-um-magro-sedentario
  4. https://www.scielo.br/pdf/rdpsi/v19n1/22.pdf
  5. https://www.vittude.com/blog/atividade-fisica/

EXERCÍCIO FÍSICO E O SISTEMA IMUNE

Olá queridos, continuando a nossa série de textos que tratam dos benefícios da prática regular de exercício físico no combate a COVID-19, hoje falaremos um pouco de como essa ferramenta pode ser utilizada para melhorar o nosso sistema imunológico, que é peça fundamental no combate a todos os tipos de doenças infecciosas. Vamos entender primeiro como o sistema imune funciona?

O sistema imune é um sistema homeostático essencial, que reconhece, ataca e destrói agentes estranhos presentes no corpo. Essa atuação sem dúvida é importante, pois o corpo é constantemente atacado por agentes estranhos (p. ex., bactérias, vírus e fungos) causadores de infecção. Ao proteger o corpo contra infecções, o sistema imune exerce papel fundamental na manutenção da homeostasia corporal. Como o exercício, entre outros estresses (p. ex., estresse emocional, insônia, etc.), comprovadamente influencia o sistema imune, é importante compreender a relação existente entre o exercício físico e o sistema imune.

O sistema imune humano é um sistema complexo redundante, destinado a nos proteger contra os patógenos invasores. Um sistema imune saudável requer o trabalho em conjunto de duas camadas de imunoproteção: o sistema imune inato e o sistema imune adquirido.

O sistema imune inato constitui a primeira linha de defesa contra os invasores estranhos e é composto por três componentes principais: (1) barreiras físicas, como a pele e as membranas mucosas que revestem nossos tratos respiratórias, digestivo e geniturinário; (2) células especializadas (p. ex. fagócitos, e células natural killer) projetadas para destruir invasores; e (3) um grupo de proteínas denominadas sistema completo, encontrado em todo o corpo e que confere proteção contra os invasores.

O sistema imune adquirido adapta-se para conferir proteção contra quase todo tipo de patógeno invasor. O propósito primário do sistema imune adquirido é conferir proteção contra vírus que o sistema imune inato é incapaz de proporcionar. As células B e T são as principais células envolvidas no sistema imune adquirido. As células B produzem anticorpos, enquanto as células T são especializadas no reconhecimento e na remoção dos antígenos do corpo.

Em comparação à maioria das áreas de pesquisa sobre fisiologia do exercício, a área de exercício e sistema imune é um tópico de estudo relativamente novo. Entretanto, o interesse pelo campo da imunologia do exercício tem crescido rapidamente ao longo das últimas década, e sem dúvidas, deve dar um boom com esse período de pandemia.

O conceito de que o exercício físico pode produzir efeitos tanto positivos quanto negativos sobre o risco de infecção existe há um pouco mais de duas décadas. Essa ideia foi introduzida pelo dr. David Nieman, ao descrever o risco de Infecção do Trato Respiratório Superior (ITRS) como uma curva em forma de “J” que mudava em função da intensidade e da quantidade de exercício realizado.

Observe que, na figura acima, as pessoas engajadas na prática regular de exercício moderado apresentam menor risco de ITRS, em comparação aos indivíduos sedentários e às pessoas envolvidas em prática de sessões de exercícios intenso e/ou prolongados. Então Igor, eu que costumo praticar exercícios mais vigorosos devo me preocupar? Relaxa, porquê nós vamos mergulhar um pouco melhor nesse assunto.

O exercício aeróbico moderado protege contra a infecção.  Muitos estudos sustentem o conceito de que as pessoas engajadas em séries regulares de exercício aeróbico moderado ficam menos resfriadas do que indivíduos sedentários e as pessoas engajadas na prática de exercícios de alta intensidade/longa duração. Por exemplo, estudos epidemiológicos e randomizados relatam de modo consistente que o exercício regular resulta em uma redução de18 a 67% do risco de ITRS (Glesson, 2007). De uma forma geral, parece que 20 a 40 minutos de exercício de intensidade moderada (40 a 60% do VO²máx) são adequados à promoção de um efeito benéfico sobre o sistema imune.

A explicação do motivo pelo qual o exercício de intensidade moderada confere proteção contra ITRS continua sendo um tópico de discussão, ainda mais agora. Não obstante, existem vários possíveis motivos para explicar por que o exercício diminui o risco de infecção. Primeiramente, cada série de exercício aeróbico moderado causa aumento das concentrações sanguíneas de células natural killer, neutrófilos e anticorpos. Dessa forma, séries regulares de exercícios proporciona um reforço positivo tanto para o sistema imune inato (células natural killer e neutrófilos) quanto ao sistema imune adquirido (anticorpos). Outros fatores possivelmente também contribuem para o impacto positivo da prática rotineira de exercícios sobre o risco diminuído de infecção. Por exemplo, as pessoas engajadas na prática de exercício regular também podem ser beneficiadas por uma sensação psicológica de bom estar intensificada (menos estresse emocional), bom estado nutricional e estilo de vida adequado (p. ex. sono adequado). Cada um desses fatores está associado ao risco diminuído de infecção e, portanto, também podem representar uma conexão entre o exercício regular e o menor risco de ITRS.

Mas Igor, você falou sobre o treino aeróbico, mas e o treino de resistência? Ainda não foi esclarecido se o treino de resistência confere o mesmo nível de proteção contra infecções. Isso ocorre porque poucos estudos investigaram sistematicamente o impacto do exercício de resistência sobre a função imunológica. No entanto, com base nas evidências disponíveis, parece que uma série intensa de exercícios de resistência produz um aumento transiente no número de células natural killer (Miles et. al., 2002). Em resumo, parece possível que séries regulares de exercícios de resistência confiram proteção contra infecções, mas pesquisas adicionais se fazem necessárias para estabelecer firmemente que o exercício de resistência isolado é eficaz em termos de proteção contra infecções.

O exercício aeróbio de alta intensidade/longa duração aumenta o risco de infecção. Mas calma aí você que gosta de treinar intenso, leia até o final. A ideia de que os atletas (eu falei ATLETASengajados em treinos intensos são mais suscetíveis às infecções é oriunda de relatos pouco confiáveis de técnicos e atletas. Exemplificando, o maratonista Alberto Salazar relatou que teve 12 resfriados nos 12 meses em que treinou para a maratona olímpica em 1984. Como Salazar estava engajado em um treinamento físico intenso, muitas pessoas concluíram que o alto nível de treinamento foi o responsável por esse número aumentado de resfriados. Entretanto, relatos pouco confiáveis não provam causa nem efeito, e por isso houve a necessidade de realizar estudos científicos para determinar se o treinamento físico intenso resultou em aumento do risco de infecção.

Em geral, muitos estudos (Gleeson, 2007; Nieman, 2007) sustentam o conceito de que os atletas engajados em treinamento de resistência intensivos apresentam maior incidência de ITRS, em comparação aos indivíduos sedentários ou àqueles que se engajam na prática regular de exercícios moderados. Na verdade, o risco de desenvolvimento de ITRS é duas a seis vezes maior em ATLETAS no período subsequente a uma maratona, em comparação ao observado na população em geral.

Existem diversos motivos pelos quais o exercício de alta intensidade e longa duração promove aumento do risco de infecção. Primeiro, o exercício prolongado (maior que 90 minutos) e intenso produz um efeito depressivo temporário sobre o sistema imune. Após uma maratona, por exemplo, a função imunológica sofre as seguintes alterações significativas:

– Concentração sanguíneas diminuídas de células B, células T e células natural killer;

– Diminuição da atividade das células natural killer e da função das células T;

– Diminuição da fagocitose nasal realizada por neutrófilos;

– Diminuição dos níveis nasais e salivares de IgA (imunoglobinas salivares);

– Aumento das citocinas pró e anti-inflamatórias.

            De forma coletiva, essas alterações resultam na depressão da capacidade do sistema imune de defender o corpo contra patógenos invasores. Argumenta-se que essa imunossupressão subsequente a uma maratona cria uma “janela aberta”, durante a qual os vírus e bactérias podem conseguir um ponto de apoio, e que aumenta o risco de infecção.

O motivo biológico que explica porque o exercício com alto volume/ intenso promove imunodisfunção provavelmente está relacionado com os efeitos imunossupressores dos hormônios do estresse, entre os quais se destaca o cortisol. O exercício extenuante resulta em aumentos significativos dos níveis circulantes de cortisol. Foi relatado que níveis altos de cortisol deprimem a função do sistema imune de vários modos (Gleeson, 2006). Exemplificando, níveis de cortisol elevados podem inibir a função de citocinas especificas, suprimir a função das células natural killer e deprimir tanto a produção como a função das células T (Nieman, 1997).

Embora o exercício extenuante possa inibir a função imunológica, existem outros fatores que também contribuem para o risco aumentado de infecção entre os atletas engajados em treinamentos intensivos. Esses atletas, por exemplo, também podem se expor a outros agentes potencialmente estressores, como falta de sono (opá Igor! Esse problema eu também tenho), estresse mental (quem aí está com a carga de trabalho maior nesse período de quarentena levanta a mão!), exposição aumentada a patógenos em consequência de grandes aglomerações de pessoas (evite aglomerações!!) e dieta inadequada à sustentação da saúde imunológica (quem aí não chutou o pau da barraca nesse período de quarentena?). Cada um desses fatores foi relatado como exercendo um impacto negativo sobre a função imune e, portanto, capaz de contribuir para incidência aumentada de infecção virais.

Por fim, um treinamento físico de alta intensidade e duração de algumas semanas resulta em um estado CRÔNICO de imunossupressão? A resposta é NÃO, uma vez que após uma série intensa de exercícios, o número e a função dos leucócitos retornam aos níveis pré-exercício em cerca de 3 a 24 horas, dependendo da intensidade do treino.

Mas Igor, você deu exemplos de atletas e eu não sou atleta. ÓTIMO! Então deixe de paranoia e siga o seu programa de treino normalmente. A maioria dos estudos que tratam sobre exercício físico e imunidade foram feitos com atletas, que possuem cargas de treinamento fora da realidade de um ser humano comum. Portanto, se você já era um indivíduo treinado, continue com a mesma intensidade do seu programa de treino. Caso você seja sedentário e queira ingressar num programa de exercício físico, o início do programa deve ser adaptado a sua condição física atual. Um bom profissional de Educação Física não irá te expor a treinos intensos no início de um planejamento. E como eu sei se um programa de treino é leve, moderado ou intenso? Aí você precisará da ajuda de uma equipe experiente e qualificada. Deixa a Bliss te ajudar a cuidar da sua saúde?

A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO EM MEIO A PANDEMIA DA COVID-19

Durante quase toda a história como seres humanos, nossa preocupação recaiu sobre as doenças infecciosas (p. ex., tuberculose e pneumonia) como as principais causadoras de morte no mundo. Com o avanço da ciência e a descoberta de antídotos específicos (p. ex., antibiótico e vacina) para cada uma delas, juntamente com o avanço da tecnologia, nos últimos 100 anos, o foco passou a ser direcionado para as doenças crônicas degenerativas, entre as quais, se destacam o câncer e as doenças cardiovasculares. Em um relatório produzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2017, as quatro principais causas de morte no mundo foram as doenças cardiovasculares (31,8%), câncer (17,08%), doenças respiratórias (7%) e Infecções de vias aéreas inferiores (4,57%).
Eis que chegamos em um ponto da nossa história em que as duas principais causas de morte da história da humanidade (doença infecciosa x doenças crônicas degenerativas) se misturam. Uma doença infecciosa (vírus), ainda sem antídoto (vacina), que eleva o seu potencial de risco quando encontra um corpo idoso e com essas comorbidades. O resultado da pandemia é toda essa loucura que estamos vivendo nos últimos meses, com quase 6 milhões de pessoas infectadas e, aproximadamente, 350 mil mortes no mundo, até o momento em que escrevo esse artigo (27/05/2020).
Mas e agora Igor? O que fazer? Já está cientificamente comprovado e não se discute mais que a prática regular de exercício físico resulta em inúmeros benefícios à saúde. Além de promover melhora na capacidade de resistência física de uma forma geral (força e resistência muscular, aptidão cardiorrespiratória e flexibilidade), o exercício físico promove outros benefícios que são de suma importância nesse período que estamos vivendo, tais como: melhora do sistema imune, da composição corporal, do controle da diabetes e outras doenças cardiovasculares, incluindo a hipertensão.

Tendo isso em vista, até o momento, a forma mais segura de você passar por essa pandemia de uma forma segura é não se infectar com o vírus e estar com o seu corpo fortalecido e preparado caso a 1° opção não dê certo (sim, temos que pensar nessa possibilidade). O objetivo desta sequência de textos é explicar o potencial de ajuda que a prática regular de exercício físico pode exercer no combate a COVID-19. Mas primeiro, no texto de hoje, precisamos entender como esta doença atua no nosso corpo.
Covid-19 é mais que pneumonia; é uma endotelite
Por ser uma doença infecciosa nunca vista antes, os estudos sobre a COVID-19 ainda são muito incipientes. Por isso, é essencial entendermos que ainda estamos em fase de aprendizagem sobre esse novo vírus e que a todo momento são feitas publicações científicas com novas informações, que mudam tudo que se sabia até o momento. O que se sabe até o agora, é que a COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, o qual apresenta um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves.

Uma equipe interdisciplinar do Hospital Universitário de Zurique (HUZ), na Suíça, descobriu que mais do que uma doença respiratória, a Covid-19 pode ser caracterizada como uma endotelite, uma doença do endotélio (camada celular que reveste interiormente os vasos sanguíneos e linfáticos). Os pesquisadores publicaram em abril, um estudo na revista médica Lancet demonstrando que o novo coronavírus SARS-CoV-2 atinge diretamente o sistema de defesa do corpo através dos receptores da Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2) encontrados no tecido endotelial. Por isso, a Covid-19 se manifesta sobretudo nos pulmões, órgãos hiper-vascularizados que servem de porta de entrada para o vírus, mas pode atacar qualquer outro órgão: coração, rins, intestinos, cérebro e pele. Portanto, o pulmão é o principal “campo de batalha”, mas não o único.

De forma bem resumida, a enzima conversora de angiotensina (ECA) é responsável pela regulação da pressão arterial dentro do Sistema Renina-Angiotensina. Enquanto a última faz vasoconstrição e consequente aumento da pressão arterial, a ECA2 promove a vasodilatação e diminui a mesma. Dessa forma é feita a regulação do Sistema Renina-Angiotensina, que é responsável, especialmente, pelo controle do volume de líquido extracelular e da pressão arterial.

Já está amplamente divulgado que as pessoas com doenças crônicas têm mais chances de serem infectadas pela Covid-19. Isso pode ser explicado pelo fato de o gene ACE2 geralmente ser mais expresso em pacientes com doenças crônicas como hipertensão, diabetes e outras doenças cardiovasculares, o que as torna mais suscetíveis a infecção pelo novo coronavírus. Além disso, o uso de medicamentos inibidores da ECA e dos bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA), comumente usados por pacientes com diabetes e hipertensão, pode resultar em um aumento ainda maior da expressão de ACE2 devido a um mecanismo compensatório.

Por meio das autópsias, os patologistas do HUZ confirmaram que os pacientes não sofriam apenas de uma inflamação dos pulmões, mas de uma inflamação de todo o tecido endotelial em diversos órgãos. No estudo, a patologista Zsuzsanna Varga usou um microscópio eletrônico para verificar pela primeira vez que o novo coronavírus está presente e causa necrose celular do tecido endotelial. “Vimos o novo coronavírus na célula e as consequências imediatas do dano endotelial, causando hipercoagulabilidade e trombose,” destaca Holger Moch, patologista do HUZ.

Na prática, o endotélio é a camada celular que atua como um escudo protetor dos vasos sanguíneos e regula e equilibra vários processos nos microvasos. A interrupção desse processo regulatório pode, por exemplo, causar distúrbios circulatórios nos órgãos e tecidos do corpo humano, resultando na morte de células, tecidos e órgãos. As consequências podem ser graves distúrbios microcirculatórios que danificam o coração, desencadeiam embolias pulmonares, oclusões vasculares no cérebro e no trato intestinal e, inclusive, falência múltipla de órgãos e morte.

Foge do escopo desse artigo falar de todas as estratégias para o combate a COVID-19, mas sabemos que a mesma precisa ser abrangente e multidisciplinar, um verdadeiro trabalho em equipe. Da nossa parte, enquanto profissionais de Educação Física, devemos deixar as pessoas cientes dos benefícios do exercício físico. “Sabemos claramente que o exercício físico melhora a função do endotélio. Se você vive uma vida saudável, seu endotélio será saudável enquanto você envelhece. Este é o começo das estratégias para a terapia” indica Frank Ruschitzka, diretor de departamento de cardiologia do HUZ.

Mas como isso acontece, Igor? A partir dos próximos textos, nós faremos uma correlação de como o exercício físico ajuda na melhora do sistema imune, no controle da diabetes, da composição corporal (massa gorda x massa magra), da hipertensão, entre outras doenças cardiovasculares. Ou seja, todas estas comorbidades que elevam o potencial de risco da COVID-19. Fiquem ligados e boa leitura!

Boas notícias sobre o COVID-19

As vezes fica difícil não pensar no pior com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, não é mesmo?

O isolamento social acaba sendo inevitável para evitar a propagação desse vírus que vem preocupando o mundo nos últimos meses.
Mas fique tranquilo, hoje nós vamos te mostrar o que tem sido feito para reverter este cenário. A luta contra a Covid-19 está sendo constante e a esperança continua mais viva do que nunca.

Confira as boas noticias:

Cientistas descobrem como o corpo combate a covid-19

Pesquisadores australianos identificaram quatro tipo de células do sistema imunológico que atuam na resposta a infecção pelo novo coronavírus. Segundo os especialistas, determinar quais células atuam no combate ao vírus poderá ajudar no desenvolvimento de uma vacina.

Remédio japonês mostra ação em teste preliminar

Remédio japonês mostra ação em teste preliminar Testes preliminares feitos com um pequeno grupo de pacientes na China sugerem que um medicamento desenvolvido para combater outras doenças virais também poderia ter efeitos positivos contra a atual pandemia de covid-19.
Segundo Zhang Xinmin, funcionário do Ministério da Ciência e Tecnologia da China, cerca de 80 pacientes da região de Shenzhen que receberam o remédio tiveram melhora mais rápida de seus sintomas respiratórios e demoraram menos tempo para eliminar o vírus de seu organismo.

Solidariedade

Solidariedade tem aparecido pelo Brasil Moradores de condomínios têm se disponibilizado a ajudar vizinhos idosos ou de outros grupos de risco indo ao supermercado ou à farmácia, por exemplo. Bilhetinhos em elevadores ou no hall de prédios têm os nomes e contatos daqueles que estão dispostos a ajudar. Que bom que a solidariedade e a empatia aparecem em tempos difíceis.

Chinesa de 103 anos se curou

Uma mulher de 103 anos se tornou a pessoa mais velha a se curar do coronavírus, de acordo com o jornal britânico “The Independent”. Zhang Guangfen ficou em tratamento por seis dias em um hospital de Wuhan, na China, e foi liberada para voltar para casa. Segundo a publicação, Zhang foi internada no dia 1º de março e sua rápida recuperação deve-se ao fato de seu bom estado de saúde. O médico que a atendeu, Zeng Yulan, relatou apenas uma pequena bronquite, mas que não interferiu no tratamento contra a covid-19.

Brasil também estuda vacina por aqui

Uma vacina também está sendo desenvolvida por pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Incor (Instituto do Coração) da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). “Acreditamos que a estratégia que estamos empregando para participar desse esforço mundial para desenvolver uma candidata a vacina contra a Covid-19 é muito promissora e poderá induzir uma resposta imunológica melhor do que a de outras propostas que têm surgido, baseadas fundamentalmente em vacinas de mRNA”, disse Jorge Kalil, diretor do Laboratório de Imunologia do Incor e coordenador do projeto.

China anuncia fim da transmissão local

A China, país onde a pandemia de coronavírus se iniciou, anunciou que não registrou nenhum novo caso de por meio de transmissão local nas últimas 24 horas. Dos 34 novos pacientes infectados, todos os casos foram “importados”. Para especialistas, a notícia indica que medidas sociais restritivas funcionaram na contenção da disseminação do vírus.

Viu só? Tem muita coisa boa acontecendo mesmo no meio de tanta incerteza!

Nesses momentos, é preciso manter a calma e não entrar em desespero, acredite apenas em informações que sejam de fato verdadeiras de fontes confiáveis.
Boa parte das mensagens que você recebe pelo WhatsApp podem ser inventadas ou alteradas, por isso, fique atento.

E por último, lembre-se: Nós vamos sair dessa.

Exercício físico e o coronavírus (COVID-19)

Exercício físico e o coronavírus (COVID-19)

Face à pandemia do COVID-19, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março de 2020, e devido à quantidade crescente de informações desencontradas sobre questões
relacionadas à possibilidade da prática de exercícios físicos pela população, neste momento, vimos esclarecer alguns pontos relevantes:

• A prática regular de exercícios físicos está associada a uma melhora da função imunológica em seres humanos, otimizando as defesas do organismo diante de agentes infecciosos.

• Pessoas ativas fisicamente têm menor chance de apresentar diversas doenças, como diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares, patologias crônico-degenerativas que levam seus portadores a serem considerados de maior risco para a infecção pelo coronavírus.

• Além de seu papel preventivo, o exercício físico também é uma importante ferramenta no tratamento e controle destas citadas doenças, pois pacientes descompensados são ainda mais suscetíveis às complicações e agravamentos da infecção pelo COVID-19.

• Isso é importante, principalmente, nos idosos, comprovadamente bastante vulneráveis a esta pandemia, além de serem uma população com maior probabilidade de portarem as mencionadas patologias, tornando-os um grupo de risco merecedor de atenção especial.

• Portanto, pessoas ativas, especialmente os idosos, devem ser incentivados a tentar manter seus exercícios físicos, mesmo que sejam necessárias algumas adaptações quanto a locais de prática ou contatos pessoais, procurando sempre prestar atenção às orientações dos órgãos oficiais de saúde.

• De acordo com as recomendações da OMS e do Ministério da Saúde do Brasil (MSB), que são aqui endossadas pela SBMEE, deve-se evitar estar em locais fechados, com grande número de pessoas ao mesmo tempo. Desta forma, a ida a academias, clubes esportivos e similares, onde esta situação e aglomeração ocorra, deve ser evitada por todos.

• A prática de exercícios ao ar livre deve respeitar as recomendações da OMS e do MSB de evitar contato próximo de outras pessoas e obedecer a etiqueta respiratória e higiênica.

• Na presença de sintomas e sinais compatíveis com infecções respiratórias como febre, tosse, dispneia (falta de ar), a prática de exercícios deve ser suspensa.

Nesta oportunidade, parabenizamos o Ministério da Saúde do Brasil pela transparência referente às informações sobre a pandemia de COVID-19 e pela postura serena, porém firme, com que vem lidando com esta situação.

Participaram da elaboração deste documento da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e doEsporte:
Presidente:

Dr. Marcelo Bichels Leitão
Diretor Científico: Dr. José Kawazoe Lazzoli
Diretor de Comunicação: Dr. Fernando Carmelo Torres
Presidente Eleito: Dr. Marcos Henrique Laraya

 

 

 

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