A ciência da felicidade
De maneira geral, nós seres humanos agimos por dois motivos mobilizadores básicos: fugir da dor (ou desconforto) e a busca pela felicidade. Assim, como no filme “A Busca Pela Felicidade”, protagonizado por Will Smith, todos buscam ter uma vida melhor e mais plena. Apesar dessa definição de melhor e mais plena ser muito particular, de forma geral compartilhamos alguns pontos em comum nessa busca.
Muitas vezes acreditamos que a felicidade está no final da jornada, apenas quando atingimos os resultados desejados, “esse pequeno momento, se chama felicidade”. O que faz com que, na maioria das vezes, encaremos toda a jornada como um sacrifício, onde a felicidade não está presente e por isso mesmo se torna tão fácil abrir mão dos nossos objetivos.
No livro “O Jeito Harvard de Ser Feliz”, o autor Shawn Achor traz inúmeras pesquisas que mostram a possibilidade de termos momentos felizes ao longo de toda a nossa jornada, afinal de contas, como dizia o poeta Jorge Luis Borges, “a vida é feita de instantes, momentos”.
Por meio da neurociência foi possível detectar a neuroplasticidade ou a maleabilidade do nosso cérebro, que é a capacidade de mudança e reorganização dos neurônios de acordo com mudanças ambientais, experimentais, sociais, físicas e até mesmo lesões mais graves. Esta capacidade está preservada ao longo de toda a vida independente da idade. Isto significa que podemos alterar deliberadamente nossa atitude mental, nosso ponto de vista sobre os fatos, alterando assim nossa forma de ver e estar no mundo.
Vamos direto ao que interessa, vamos às atitudes práticas que podem te ajudar a ter uma vida mais feliz.
- Meditação: Neurocientistas descobriram que a prática regular de meditação desenvolve o córtex pré-frontal esquerdo, que é a principal parte do cérebro responsável pela felicidade. Pesquisas chegaram a demonstrar que a meditação regular pode reconfigurar seu cérebro aumentando os níveis de felicidade, reduzindo o estresse e fortalecendo o sistema imunológico. Você não precisa virar um monge tibetano para ter este benefício. Basta separar 5 min por dia focando a atenção na respiração e procurando se manter calmo.
- Gentileza consciente: Segundo Schwartz e colaboradores, inúmeros estudos demonstram que atos de altruísmo com amigos ou pessoas estranhas reduzem o estresse e ajudam na saúde mental. A pesquisadora, Sonja Lyubomirsky descobriu que pessoas que realizaram 5 atos conscientes de gentileza durante o dia relataram se sentir muito mais felizes quando comparadas ao grupo de controle. Se você quiser se beneficiar desta descoberta, basta fazer de forma deliberada 5 atos de gentileza e que não precisam ser atos grandiosos, não é preciso salvar o mundo, OK?
- Coloque positividade no seu dia: Um estudo de Keller e colaboradores demonstrou que passar 20 minutos ao ar livre quando o tempo está bom eleva o estado de espírito positivo, amplia o pensamento e melhora a memória espacial. Em outro estudo, Gerber e colaboradores demonstraram que quanto menos estivermos expostos à programação negativa da TV, especialmente programas violentos, mais felizes somos. Isso não significa se alienar do mundo, mas selecionar melhor aquilo que você deixa entrar no seu cérebro.
- Exercite-se regularmente: Você já deve ter ouvido sobre as endorfinas, substâncias liberadas com a prática de exercícios e que geram a sensação de prazer. Mas, além deste benefício existem muitos outros relacionados ao exercício, como: melhora do humor, melhoria da eficiência no trabalho, aumento da motivação e da sensação de autocontrole, redução do estresse e da ansiedade.
Em um estudo feito com três grupos de pessoas com quadro de depressão os resultados alcançados com a prática regular de exercícios é impressionante.
O primeiro grupo tomou antidepressivos, o segundo grupo se exercitou por 45 min 3 vezes por semana e o terceiro grupo fez uso de uma combinação das duas estratégias. Quatro meses depois os 3 grupos apresentaram resultados semelhantes na melhoria dos níveis de felicidade. Os exercícios se provaram tão eficazes quanto o uso de antidepressivos, mas o melhor ainda estava por vir. Para testar os níveis de recaída os 3 grupos foram testados 6 meses depois:
- Do grupo que usou antidepressivos, 38% dos integrantes voltaram a se deprimir;
- Do grupo que usou a estratégia mista, 31% dos integrantes voltaram a se deprimir;
- Do grupo que se exercitou apenas 9% apresentou recaída.
Conclusão! Mexa-se, faça algo efetivo por você e pela sua felicidade. A construção da sua felicidade é um processo contínuo de escolhas, aprendizados e sabedoria.
Feliz vida à todos!
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