A Hipertensão Arterial – ou simplesmente pressão alta – é uma patologia muito comum, que atinge milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Segundo a OMS, em 2004, de 1.53 bilhões de mortes registradas, a Hipertensão Arterial foi a causa número 1 à frente de Tabagismo, Alto Índice Glicêmico, Inatividade Física e Obesidade. Segundo um estudo realizado em 2010, 51,7% dos casos de Derrames Cerebrais (AVC) são causados pela Hipertensão, logo, se você não quer ter um derrame, não seja hipertenso e, se for, trate. Além disso, a pressão arterial pode afetar os rins, sendo uma das grandes causas de insuficiência renal, e o próprio coração causando infarto do miocárdio.
A pressão arterial é a força que o sangue, bombeado pelo coração, faz nas paredes internas dos vasos e artérias. Existe dois tipos de pressão, a sistólica e a diastólica. A pressão é mensurada quando o coração se contrai e a diastólica quando o coração relaxa. Essa medida de pressão, em condições normais, deve ser mantida a 120 (sistólica) e 80 (diastólica), daí vem aquele famoso “12/8” que tanto ouvimos por aí. A pressão deve ser mensurada em repouso pois fatores cotidianos podem alterar a pressão arterial de maneira natural como a prática de atividade física ou eventos estressantes no trabalho, no trânsito ou em casa. Quando a pressão de repouso atinge a marca de 14/9, a pressão é considerada alta. Neste ponto, se a pressão se mantiver alta por muito tempo, a chance de que haja consequências é muito grande.
Existem diversos fatores que podem aumentar a pressão arterial: idade, excesso de sal, carboidratos e gordura na comida, estresse, tabagismo e a obesidade. Mas, sem sombra de dúvida, o fator que mais influencia é o sedentarismo. Um estudo feito com 4.884 mulheres saudáveis durante 18 anos, divulgado em 2006, revelou que aquelas que possuíam um nível alto de aptidão física desenvolveram 65% hipertensão do que aquelas que tinha um nível baixo de aptidão física. Outro estudo realizado durante 10 anos com 15.000 pessoas constatou que os que eram fisicamente ativos tinham 35% menor chance de desenvolver a hipertensão arterial do que os sedentários.
Alguns dos fatores fisiológicos que norteiam a queda da pressão arterial pós-treinamento físico são a diminuição do débito cardíaco (o resultado da frequência cardíaca multiplicada pelo volume de sangue que o coração bombeia a cada batimento) – que está associada a diminuição da frequência cardíaca – e a queda da resistência vascular periférica (quando os vasos sanguíneos relaxam e facilitam a passagem do sangue) e a produção de substâncias vasodilatadoras. Outros fatores relacionados são a produção de substâncias vasoativas, que regulam a frequência e o volume de sangue bombeado, e a melhora na sensibilidade a insulina além da redução da noradrenalina, substância que acelera os batimentos cardíacos. O treinamento físico também proporciona quedas agudas de pressão arterial fazendo com que pessoas hipertensas demonstrem uma queda maior da pressão arterial até 24 horas após a prática de atividade física
Para pessoas com hipertensão, a recomendação é de que o treinamento inicie leve e a evolução seja gradativa a medida que o corpo vá se adaptando às alterações agudas e crônicas que o exercício proporciona. A frequência deve ser à partir de 3x/semana e a intensidade de 60% da frequência cardíaca ou 12 na Percepção Subjetiva de Esforço. Deve-se evitar exercícios Uniarticulares pois estes favorecem o aumento da pressão arterial e do débito cardíaco, dando prioridade a exercícios Multiarticulares e de caráter oxidativo, ou seja, de baixa intensidade.
Na Bliss, nossa equipe é altamente capacitada para receber você que está no quadro de hipertensão e auxiliá-lo a controlar ou curar esta patologia. Fale com seu médico e comece o quanto antes a cuidar da sua saúde.
Uma outra visão sobre a pressão arterial e os cuidados que devemos tomar:
Caracterizada pelo constante aumento da pressão arterial = 140/90 ou mais.
Pessoas com pressão 121/81 e 139/89 são consideradas pré-hipertensas e tem risco maior de desenvolver hipertensão no futuro.
Mecanismos patogênicos que causam a hipertensão atuam no aumento da resistência periférica no coração ou no aumento do débito cardíaco ou nos dois.
Pode ser atribuída a anormalidades hereditárias, degenerações cardiovasculares, alterações no sistema nervoso autônomo, desequilíbrio no manuseio renal de sódio e fluídos ou anormalidade das glândulas suprarrenais.
Danifica o endotélio, causando aterosclerose e outras patologias vasculares. Pode levar, ainda, à hipertrofia ventricular esquerda e é uma importante causa de insuficiência cardíaca.
Mensure a pressão arterial sempre antes e depois das sessões de treino. Se a pressão arterial estiver maior ou igual a 200/110 nenhum esforço físico deve ser realizado.
Pessoas hipertensas devem realizar um teste de esforço monitorado antes de iniciarem exercícios físico intensos.
Exercícios cardiovasculares:
– Se possível, todos os dias
– 40% à 60% da FCR
– 20 à 30 minutos, contínuo ou intermitente.
Treinamento Resistido:
– Ao menos 2 vezes por semana
– 50% à 80% dependendo da capacidade física
Ps: Esses valores podem aumentar com o passar do programa e a consequente adaptação fisiológica do indivíduo.
Evite:
– Exercícios Uniarticulares
– Exercícios que coloquem os braços acima da cabeça
– Exercícios que a cabeça fique abaixo da linha do coração
Ao menor desses sinais, interrompa o treinamento imediatamente:
• Dores de cabeça
• Tontura
• Palpitações
• Fadiga constante
• Sangramento nasal
• Hematúria
• Visão embaçada
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O contato entre o cardiologista e o treinador físico é fundamental para o aumento da segurança do programa.
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Siga sempre as orientações médicas a respeito do % da frequência cardíaca máxima durante o treinamento.