Dia: 21 de dezembro de 2018

AVC, o exercício físico no processo de recuperação

O AVC ocorre em virtude do dano celular e da deterioração da função neurológica que resultam de uma restrição do fluxo sanguíneo (isquemia) ou do sangramento (hemorragia) para dentro do tecido cerebral. A perda de função resultante de um AVC variará de acordo com a sua gravidade. As consequências, dentre outras, incluem alterações motoras e sensoriais, podendo causar ainda limitações graves na mobilidade. Secundários, mas não menos graves, são aumento do índice de quedas e lombalgias além do isolamento social, dentre outros.

As consequências fisiológicas do AVC são:

  • Massa muscular funcional
  • Residual de função do lado esquerdo ou direito (hemiplegia ou hemiparesia)
  • Níveis de VO² Máx
  • Capacidade aeróbica basal
  • FCMáx
  • Força Máxima e Enurance
  • Flexibilidade

A prescrição do treinamento e a programação do exercício devem ser voltado para a reprogramação neuromuscular afim de recuperar as perdas funcionais, principalmente nos 6 primeiros meses pós-evento. Apesar de existirem poucos estudos a respeito do tema, os que existem mostram o valor do exercício para aprimorar a mobilidade e a independência funcional e para prevenir outras doenças associadas. O Treinador Físico deve trabalhar em sintonia com o médico responsável para a elaboração de um programa eficiente e seguro.

Apesar dos ganhos de força e melhora da marcha serem os principais componentes da reabilitação, os pesquisadores estão sugerindo que seja incluso a redução das sequelas cardiovasculares como um dos objetivos principais para reduzir as doenças associadas e melhorar a funcionalidade do ser humano.

A frequência e duração do treinamento deve ser de 1 hora por dia, no mínimo 3 vezes por semana para que os resultados sejam satisfatórios. Nos dias livres, sem treinamentos programados, é recomendado que seja realizado, um treinamento leve de bicicleta ergométrica em casa mesmo. O programa de treino deve incluir os componentes de flexibilidade, resistências muscular e cardio e força sendo as primeiras 4 semanas voltadas apenas para a aprendizagem, consistência e repertório motor.

A intensidade deve ser estabelecida de acordo com os testes realizados. Nos treinamentos de cardio a intensidade inicial deve ser de 40%-60% do máximo. Já nos treinos de força o recomendado é com 70% de 10RM para 15-20 repetições. Para a flexibilidade é recomendado o uso de alongamentos estáticos (15 a 30”) no início do programa com ênfase nos músculos contraídos do lado hemiparético.

As sessões devem ser sempre acompanhadas por um profissional capacitado e devem ser realizados mensurações da frequência cardíaca e pressão arterial durante os treinos mais intensos.

O AVC é um acontecimento que, dependendo da sua gravidade, gera muitas sequelas a quem o sofre, porém, é importante frisar, com o devido acompanhamento e prescrição de treinamento, é possível recuperar as funções perdidas para que se recupere a independência e volte a viver com a maior plenitude possível.

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