“Se meus joelhos não doessem mais…” como diz a letra da música do grupo O Rappa, quase que em prece, muitos de nós já experimentou em algum momento da vida de forma pontual ou constante em nossas vidas um desconforto, uma dor ou até mesmo uma incapacidade relacionada à esta articulação tão importante do nosso corpo.
Várias são as causas dessas dores, mas os principais fatores são o enfraquecimento e encurtamento dos músculos que envolvem esta articulação, gerando um desequilíbrio e uma ineficiência na sua função, aumentando, assim, o risco de lesões. Algumas destas lesões são causadas por um trauma, mas a grande maioria das lesões, mesmo aquelas que ocorreram numa pelada de futebol, em uma partidinha de tênis ou num descuido ao descer uma escada, normalmente, só ocorrem em um nível mais grave por conta desse desequilíbrio.
Conheça as principais doenças do joelho:
Condropatia
A condropatia patelar é um problema que atinge mais às mulheres, isso ocorre em função do corpo feminino ter o quadril mais largo o que acentua o ângulo dos joelhos desalinhando a patela, aquele osso redondo do joelho. Isso faz com que ocorra um atrito entre a patela e o fêmur, desgastando a cartilagem de ambos.
Alguns tipos de esportes e atividades físicas, como: corridas, saltos ou repetição de movimentos, como a dança, aumentam a sobrecarga nas articulações do joelho.
Principais causas:
- a fraqueza dos músculos que estabilizam os joelhos
- treino de força feito de forma errada
- falta de alongamento
- sobrepeso ou obesidade
- hiperpressão patelar
- artrose
- uso constante de saltos
Sintomas:
- dor frequente na parte da frente do joelho
- dor ao subir e descer escadas,
- dor ao ajoelhar,
- dor ao agachar,
- dor quando realiza saltos,
- dor ao sentar com o joelho dobrado
- dor quando permanece sentado por longos períodos de tempo
Artrose
A artrose de joelhos é uma das patologias mais comuns nesta articulação. Ocorre como um o resultado de um processo degenerativo por desgaste da cartilagem do joelho, levando a uma atrito direto entre o osso do fêmur e a tíbia. Este atrito causa dor e dependendo do nível da artrose causa limitação de movimentos e dor. Em casos mais graves é necessária fazer uma artroplastia de joelho, ou seja uma cirurgia de substituição da articulação “original” por uma prótese feita com a liga de Cromo-cobalto. Para pacientes alérgicos, há ainda a possibilidade de ligas alternativas como a liga de zircônio-nióbio ou titânio-nióbio.
Principais causas:
- Sobrepeso ou obesidade
- Músculos da coxa fracos ou atrofiados
- Desgaste natural da articulação devido à idade
- Traumatismo direto, como cair de joelhos
- Doença inflamatória associada ao uso indevido da articulação
- Excesso de uso da articulação, mais comum em atletas ou praticantes de atividades físicas de alta intensidade
- Treinamento inadequado
Sintomas:
- Estalos ou crepitações da articulação em movimento
- Dor no joelho após esforços com melhora em o repouso
- Rigidez após longos períodos de repouso, como ao levantar pela manhã
- Inchaço e calor: normalmente na fase inflamatória
- Sensação de aumento de tamanho do joelho: devido ao crescimento dos ossos ao redor do joelho
- Movimentos mais restritos: especialmente esticar o joelho completamente
- Dificuldade em apoiar o pé no chão
Lesão do ligamento cruzado-anterior
É a ruptura ou estiramento, do ligamento cruzado anterior. Esta é uma das lesões mais comuns no joelho. Pessoas que praticam esportes de alta demanda física, como o futebol, o tênis e o basquete, têm maior probabilidade de lesionar os ligamentos cruzados anteriores.
Existem 3 níveis neste tipo de lesão e dependendo do nível da lesão e o no nível de aptidão física do lesionado o tratamento mais adequado é cirurgia.
- Distensões de grau 1.
- 0 dano no ligamento é leve
- Ainda consegue manter a articulação do joelho estável.
- Distensões de grau 2.
- O estiramento do ligamento chega ao ponto de se soltar.
- Ruptura parcial do ligamento.
- Distensões de grau 3.
- Ruptura total do ligamento.
- A articulação do joelho fica instável.
Principais causas:
- Mudança rápida de direção
- Parar de uma vez
- Reduzir a velocidade durante uma corrida
- Apoiar os pés incorretamente depois de um salto
- Apoiar os pés incorretamente descendo uma escada
- Contato direto ou colisão
Sintomas:
- Quando da lesão é possível ouvir um estalo e sentir o joelho mover
- Dor e inchaço. No período de até 24 horas após a lesão, ocorre o inchaço na região. Sem tratamento, a dor e o inchaço passam sozinhos
- Amplitude de movimento reduzida
- Desconforto ao caminhar
Lesão dos meniscos
Os meniscos são estruturas semicirculares de fibrocartilagem, que estão fixadas na base da tíbia, osso da perna, e funcionam essencialmente como amortecedores de impacto, ajudando na lubrificação e estabilização dos joelhos. Atuam, também, distribuindo as cargas que passam dentro da articulação.
Cada joelho possui dois meniscos: um medial e um lateral . O menisco medial possuindo pouca mobilidade e sendo mais sujeito a lesões e rupturas, ocorrendo principalmente nas entorses de joelho. O menisco lateral é essencial para a otimização do encaixe entre a tíbia e o fêmur, diminuindo o atrito e o desgaste destes ossos.
Principais causas:
- Lesões traumáticas: ocorrem em movimentos rotacionais bruscos do joelho (entorses), comum em pessoas ativas, durante a prática de atividades esportivas e dança, ou em pessoas sedentárias com instabilidade nos joelhos.
- Lesões degenerativas: comuns em pessoas acima de 40 anos e estão associadas à degeneração progressivo que os meniscos e demais estruturas do joelho sofrem com o passar do tempo. Também se relacionam à fraqueza das estruturas musculares que dão estabilidade aos joelhos, devido ao sedentarismos ou desequilíbrios causados por treinamentos errados.
- Excesso de peso e repetição de movimentos
Sintomas:
- Rigidez da articulação fica rígida e com maior resistência à flexão
- Episódios onde o joelho “trava” e a pessoa não consegue esticar as pernas
- Estalos ao mover a articulação
- Dores e inchaços
Para prevenção ou recuperação desses problemas nos joelhos é fundamental um treinamento físico correto, que respeite os limites e fases da patologia. A recuperação passa por uma visão sistêmica do corpo e do movimento, realizando um trabalho que envolve a melhoria da eficiência não apenas da articulação dos joelhos, mas também dos quadris, tornozelos e pés.
Apesar de se falar pouco sobre esta abordagem, treinar descalço é muito importante para este processo, pois é nos pés que se encontram inúmeros receptores que dão mensagens fundamentais para o sistema nervoso central buscar o equilíbrio e bom funcionamento do corpo.
Mas, isso é assunto para outro dia. Bom final de semana!