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Tag: COVID-19

Obesidade, Exercício Físico e Covid

Obesidade, exercício físico e covid. Está bem estabelecido que as doenças crônicas não transmissíveis estão associadas ao agravamento da Covid-19. A obesidade por si só jáé um fator de risco para o desenvolvimento das demais doenças crônicas não transmissíveis e riscoaumentado de pneumonia com predisposição à hipoventilação, hipertensão pulmonar, estresse cardíaco, desregulação imunológica com altos índices de marcadores inflamatórios circulantes, associados à resistência à insulina sabidamente presente em pessoas obesas. Outro mecanismo de risco é a carga trombótica aumentada, associada àdisseminação pró-trombótica de coagulação intravascular e altas taxas de tromboembolismo venoso.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos identificou a obesidade como condição comum entre os pacientes hospitalizados. Dos adultos hospitalizados, 48,3% tinham obesidade. A taxa sobe para 59% entre os jovens e adultos dos 18 aos 49 anos de idade e na faixa etária entre 50 e 64 anos o número de obesos nos leitos é de 49%.

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Lille Pasteur da Universidade de Lille, a gravidade da doença aumenta de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente. O resultado mostra que a obesidade (IMC > 30 kg/m²) e obesidade grave (IMC > 35 kg/m²) estiveram presentes em 47,6% e 28,2% dos casos, respectivamente. De maneira geral, 85 pacientes (68,6%) necessitaram de ventilação mecânica e a proporção de pacientes que necessitaram de suporte ventilatório aumentou com as categorias de IMC, sendo maior nos pacientes com IMC > 35 kg / m² (85,7%).

De acordo com o estudo na cidade de Veneto, na Itália, a prevalência de sobrepeso e obesidade em pacientes hospitalizados com pneumonia relacionada ao SARS-CoV-2 era de 65,2%, sendo que 33,7% dos pacientes estavam com sobrepeso e 31,5% com obesidade. Além disso, os pacientes com sobrepeso e obesidade admitidos no centro médico com COVID-19 eram 10 anos mais jovens do que os pacientes com peso normal admitidos no mesmo local e com o mesmo diagnóstico, durante o mesmo período.

Os dados apresentados acima, demonstram que a obesidade aumenta os riscos em relação aos casos mais graves da Covid por um mecanismo direto relativo às alterações fisiológicas causadas pela mesma e de forma indireta por ser fator predisponente para várias doenças crônicas que aumentam as comorbidades como hipertensão, dislipidemias, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares.

Agora que temos consciência do problema, vamos em busca da solução.

O primeiro estudo a relatar a importância da continuidade da prática de atividade física durante a pandemia da COVID-19 ocorreu em Wuhan, na China, onde foi recomendado que as pessoas dessem continuidade na prática de exercícios físicos mesmo dentro de casa. Pouco tempo depois, pesquisadores na Espanha e nos Estados Unidos ressaltaram a importância do exercício físico feito ao ar livre ou em casa como terapia para combater as consequências físicas e mentais da quarentena em função da pandemia do COVID-19, especialmente em idosos.

Pesquisadores brasileiros identificaram que a prática de exercícios físicos regulares produz um hormônio chamado irisina. A irisina tem a capacidade de modular o hormônio na atividade dos macrófagos (células de defesa do sistema imune), conferindo à estas, potencial propriedade anti-inflamatória. Assim como, favorece o aumento da termogênese e do gasto calórico diário, auxiliando no processo de redução da massa corporal e no controle da obesidade.

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), UERJ (Universidade do estado do Rio de Janeiro), UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), concluíram que, pessoas que praticam exercícios físicos regulares, ou seja 150 minutos semanais de exercícios de intensidade moderada ou 75 minutos semanais de exercícios mais intensos tem o risco reduzido de internação hospitalar pela Covid-19 em 34,3%.

A redução de peso não deve ser feita por meio de dietas radicais, neste momento em específico, porque a perda de peso abrupta causa impacto negativo no sistema imunológico. Logo, você deve buscar a redução de peso, de gordura corporal, de forma contínua e bem orientada por um nutricionista.

O exercício físico feito de forma correta é fonte de saúde e prevenção de uma série de problemas de saúde. Em relação à obesidade a associação com uma dieta adequada é essencial para o sucesso da perda de peso e ganho de saúde.

Ser responsável pelas mudanças na sua qualidade de vida é uma escolha. Desejo que você tome para você o controle sobre aquilo que está ao seu alcance.

Precisando de ajuda estou a um click!

EXERCÍCIO FÍSICO E O DIABÉTICO

Olá pessoal! Na continuação dos nossos textos que tratam dos benefícios da prática regular de exercício físico sobre o combate a COVID-19, eu venho falar com vocês sobre  como o exercício físico bem orientado age no controle da diabetes, que é um importante problema de saúde pública no Brasil e nos últimos 10 anos teve um crescimento de 61,8%, segundo dados do Ministério da Saúde.  O desenvolvimento da doença é uma tendência mundial e já atinge 8,9% da população brasileira (um número assustador de aproximadamente 18,5 milhões de pessoas somente no Brasil). O diabetes lesiona e mata indiretamente por causa de cegueira, doença renal, cardiopatia, acidente vascular encefálico e doença vascular periférica.

Antes de explicar sobre como os benefícios gerados pela prática regular e bem orientada de exercícios físicos podem ser utilizados numa intervenção não farmacológica primária controlando os níveis glicêmicos, eu gostaria de explicar rapidamente sobre a doença. Diabetes é uma doença caracterizada por hiperglicemia (glicose sanguínea elevada), resultante da secreção inadequada de insulina (Tipo 1 – Diabetes Melitos Imuno Dependente), redução da ação da insulina (Tipo 2 – Diabetes Melitos Não Imuno Dependente) ou ambas.

O diabetes tipo 1 é a menos comum entre as duas, ocorre sobretudo em indivíduos jovens e está associada com uma desregulação do sistema imunológico que destrói as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Os sinais de alerta que surgem rapidamente, são: sudorese, urinação frequente, sede incomum, fome extrema, rápida perda de peso, fadiga, irritabilidade, náusea e vômito. Por isso, se o seu pequeno apresenta esses sinais, fique atento!

Já o diabetes tipo 2 representa cerca de 90-95% de todos os diabéticos, e os pacientes exibem diversos fatores de risco além do diabetes, como: hipertensão, colesterol alto, obesidade e inatividade. Normalmente, esse quadro se apresenta em indivíduos que abusam na ingestão de alimentos ricos em carboidratos simples (açúcar, doce, sorvete, refrigerante, etc), levando a um quadro de hiperglicemia. Consequentemente, o organismo também precisa elevar a produção de insulina na corrente sanguínea e, devido a esse excesso de insulina, o tecido cria uma espécie de “aversão” e fica resistente a ação desse hormônio. Muita atenção aos papais, pois apesar do diabete do tipo 2 ser mais comum em indivíduos com idade mais avançada, atualmente, devido ao elevado nível de sedentarismo, má alimentação, gerando consequentemente obesidade, algumas crianças já são diagnosticadas com essa doença.

Ok Igor, mas onde o exercício físico entra nessa conversa toda? O exercício aumenta a velocidade de remoção da glicose do sangue pelo músculo, em busca de energia para a contração. No entanto, eu preciso explicar o que ocorre durante o estado de repouso, na ausência do “estresse” físico. Após uma refeição rica em carboidrato, o nível de glicose na corrente sanguínea se eleva estimulando o sistema nervoso a enviar uma mensagem ao pâncreas para secretar a insulina. O hormônio em questão é responsável por fazer a sinalização a transportadores específicos nas células musculares, o GLUT-4 (guardem bem esse nome que ele voltará a ser falado). Esse transportador é o responsável por captar a glicose da corrente sanguínea e encaminhá-la para dentro das células musculares, que é o tecido onde boa parte desse combustível energético fica armazenado na forma de glicogênio muscular, restabelecendo os níveis normais de glicose na corrente sanguínea. Porém, o diabético do tipo 1 (caso esteja descompensado) e do tipo 2 não conseguem pegar essa glicose e fazer com que ela entre no tecido muscular para gerar energia, o primeiro pela desregulação do hormônio no organismo e o segundo pela resistência criada pelo tecido ao hormônio.

 Efeito agudo do exercício.

Durante a realização do exercício físico o corpo precisa de energia extra para realizar o trabalho muscular, e boa parte dessa energia é advinda da glicose sanguínea e do glicogênio muscular. Diversos hormônios (adrenalina, noradrenalina, cortisol, GH, glucagon, etc) aumentam a sua taxa de circulação afim de manter o metabolismo energético estável, no entanto, o nível de insulina diminui durante o exercício. Pensem comigo, se o nível de insulina durante a realização de um exercício físico também se elevasse, toda a glicose sanguínea seria levada para dentro das células musculares e faltaria em outros tecidos que são vitais para o bom funcionamento da máquina humana, principalmente o cérebro.

Uai Igor, não entendi! Se o nível de insulina diminui, então como a glicose entra para dentro da célula? Lembram do GLUT-4? A contração muscular (por meio do cálcio e do AMP) desempenhada no exercício é capaz de translocar os receptores GLUT-4 sem a necessidade da ação da insulina. Agora pensem vocês: para quem seria interessante captar mais glicose sem precisar de insulina? Bingo! Para o diabético. Esse é um efeito agudo poderosíssimo que o exercício físico desempenha em indivíduos com diabetes, sendo possível até que seja omitida a dose de insulina exógena antes da prática de exercício físico, pois o mesmo faria a função da insulina. Só não esqueça de procurar orientação com um profissional especialista no assunto.

Efeito Crônico do exercício

Além do benefício agudo, outros benefícios crônicos são gerados pelas adaptações fisiológicas ao treino regular em indivíduos com diabetes:

– Aumento da ação da insulina (seja ela endógena ou exógena).

– Aumento da captação da glicose pelo músculo através de 3 mecanismos: aumento da ação da insulina; aumento da expressão de glicotransportadores (GLUT 4 – Olha ele aí de novo); e aumento da sensibilidade à insulina, ou seja, as células deixam de ser resistentes a esse hormônio.

– Aumento da captação de glicose no período pós exercício para reposição dos estoques de glicogênio nas células musculares.

– Opa! Se a glicose está entrando no músculo, logo ela está saindo da corrente sanguínea.

Lembrando sempre a vocês que o exercício é apenas uma parte do tratamento (e prevenção), dieta é a outra parte não menos importante. Portanto, não deixe de consultar também um nutricionista para que você alcance um resultado mais efetivo e potencializado. Na BLISS, você encontrará uma equipe especializada e pronta para controlar esta patologia, com doses diárias de um santo remédio, o “treinolol”. E o melhor de tudo, esse remédio não possui contra-indicações.