Mês: agosto 2018

Envelhecimento com amor é muito melhor e saudável

Carta do envelhecimento saudável para nós.

“Olá. Estou aí desde sempre e quero conversar com você. Tenho visto que é incontável o número de vezes que você leu que para envelhecer melhor precisa ter uma alimentação saudável e praticar exercícios, não é mesmo? Observei também que perdeu as contas das tentativas de mudar seu estilo de vida para envelhecer atendendo os dois requisitos acima, não foi? Pois é, eu não nego que o que leu é verdade, mas questiono: DE QUAL lugar você tem feito suas escolhas para caminhar por um envelhecimento saudável? Parou para pensar que em geral lemos as coisas como um conjunto de regras pra cumprir e, uma vez não cumpridas, seremos punidos? Temos que fazer ou queremos fazer? É uma obrigação ou um desejo? Com amor, envelhecimento saudável”.

Pessoas me procuram com seus laudos médicos e os mesmos anunciam que as coisas vão mal com a saúde. E mais, alertam para uma providência emergencial em relação a sua condição física. Então observo o quanto o medo, por vezes, vem nortear nossas vidas nessa hora. Medo de fraquejar. Medo de adoecer. Medo de depender. Medo de envelhecer.

Aprendi, nos últimos anos, o quanto ter medo é importante, pois é uma emoção que sentimos atreladas ao instinto de nos proteger. Contudo, aprendo, diariamente, que o problema reside no excesso de medo, bloqueando nossas ações em prol da saúde. Em estudos sobre essa emoção, encontrei uma reflexão a respeito que diz: “O medo não é só uma reação emocional, contendo crenças por trás. O medo não implica, portanto, uma natureza única e imutável. Trata-se de um sentimento construído historicamente, aprendido e ensinado de formas diferentes, dependendo da época”. (Luciana Oliveira dos Santos, 2011)

Me reporto aos diálogos que ouvia quando meus avós se referiam ao envelhecimento como uma fase com muitas dificuldades e que envelhecer não era bom. Uma vez não sendo bom, sentia-se muito medo de envelhecer. Atualmente, trabalhando com o corpo físico sob a óptica da saúde e bem-estar, ouço outros avós dialogando sob uma nova perspectiva em que o envelhecimento não é tido como fase de muitas dificuldades de antes e envelhecer pode ser bom uma vez que cuidamos de se alimentar bem e se manter em movimento. Ou seja, o medo, no caso de envelhecer, que permeava a vida das pessoas há quase 100 anos, é como citado acima, construído historicamente, aprendido e ensinado diferente em nossa época.

Sim, repito que é preciso repensar o que estamos comendo e buscar praticar atividades que façam o corpo se mexer. Se há medo de começar uma forma nova de se alimentar ou introduzir uma rotina de exercícios físicos na sua vida, se filie a profissionais competentes no assunto. Dessa forma, pode fazer aquilo que você lê na teoria se concretizar na prática. Vamos evitar a obrigação de ser saudável e sim nos convidar a ser saudável, experimentando novas situações, pois os medos dos nossos avós podem ser ressignificados em virtude da realidade da nossa época.

Envelhecer requer nossa permissão para a vida continuar a fim de que se possa desfrutar de todas as experiências que queremos viver. Cuidados com a nutrição e o movimento corporal vão dar disposição e energia para responder ao que deseja fazer na sua vida. E isso não deve ser um ato de obrigação com você, mas um ato de amor com você. A obrigação oprime. O amor acolhe. Ser obrigado a fazer algo, não há prazer. Há prazer se fazemos com amor. Que a voz que venha falar sobre o envelhecimento saudável, neste texto, seja do auto-amor e cuidados especiais com você e seu processo de envelhecimento. Com amor, Liliam.

*L.O.S. (2011) no texto “O medo como emoção”. Excertos do artigo “O medo contemporâneo: abordando suas diferentes dimensões” no blog Papeando com a Psicologia.


Como vencer a indisposição? – Saiba como controlar esse mal

Já observou como estamos envelhecendo diferente das gerações de nossos pais e avós? Converso, diariamente, com pessoas acima dos 60 anos e algumas delas dizem não se sentirem com 60 anos.

Verdade que envelhecer hoje com
base nos avanços da medicina, fármacos e tecnologia, tornou-se possível prolongar a vida, mas observo, na conversa com essas pessoas, que esses recursos não garantem um prolongar de vida com mais disposição.
Muitas delas se detém a cuidados mais especiais com a saúde, que vão além dos exames médicos de rotina ou medicações preventivas. Elas escolhem alimentos de maior qualidade nutricional e, todas, praticam atividade física.

Ah, Liliam, mas pra fazer exercício dá uma preguiça sem fim! E vou dizer que você está coberto (a) de razão. Em vídeos que acompanho da Casa do Saber do neurocientista Sérgio Calabrez, ele menciona o quanto nosso cérebro faz, de tudo, para economizar energia. Conclusão, o cérebro é preguiçoso. Opa, arrumamos um
culpado, até saber que somos nós carregamos um desse sobre nossas cabeças, não é? Enfim, não é válido pensar que quem gosta de fazer exercício não tenha preguiça. Tem também. Enjoa também. E as vezes cansa do exercício também. Então, como vencer a indisposição? Aceitando a preguiça e ela só é vencida quando colocamos o corpo em atividade dúvida regular. Vão abaixo algumas dicas pra lidar com ela.

1-Feche os olhos e se imagine fazendo uma atividade física que te dá prazer.

2-Pesquise um local na internet pra fazer uma aula experimental dessa atividade que você escolheu;

3-Permita-se viver essa experiência sem cobranças a você mesmo e vá com a preguiça mesmo, amiga e companheira;

4-Tire dúvidas e busque, junto com o profissional, descobrir motivações para praticar aquela atividade.

É garantido que a maioria de quem ousa dar os 4 passos descritos, consegue descobrir um novo estilo de vida por meio da prática da atividade física escolhida com prazer. A preguiça tende a se acostumar a rotina e à disposição começa a concorrer com ela no dia dia.

Ter disposição é como li na citação de Sacks “[…] levantar-se sozinho, […] caminhar e caminhar pra longe […] pra longe dos médicos, caminhar pra longe de quem se dependia […] caminhar livremente, ousadamente, aventureiramente, para onde se quiser”.

Introdução ao livro Envelhecimento Saudável – Manual e exercícios com peso, Vagner Raso, 1ª edição, SP, 2007.


Não seja vítima do sedentarismo. Previna-se e elimine os fatores de risco

Você é sedentário? Se sua resposta for sim, não se engane, você é um forte candidato a ter problemas sérios de saúde, com perda de vitalidade e com um risco de mortalidade significativamente elevado.

Em 2012 a revista The Lancet publicou um estudo realizado em 122 países, que afirma que o sedentarismo tem o mesmo impacto que o tabagismo no número de mortes no mundo, ou seja 1 em cada 10 mortes.

Em um estudo publicado em 2015 no periódico “American Journal of Clinical Nutrition” concluiu que a falta de exercícios físicos aparece relacionada a duas vezes mais mortes do que a obesidade.

O sedentarismo tem sido considerado o mal do século, pois inúmeros problemas de saúde e doenças são causados ou agravados pela inatividade física, além do aumento estatisticamente significativo no risco de morte quando comparado com pessoas ativas fisicamente. Entenda melhor como isso pode interferir na sua vida.

Sedentarismo, o que é?

Por definição o sedentarismo é total falta de atividade física ou a diminuição da mesma para níveis inferiores ao acúmulo de 2200 calorias por semana ou aproximadamente 300 calorias dia. O que corresponderia aproximadamente à 75 min de atividade intensa ou 150 min de atividade moderada.

O sedentarismo afeta a qualidade e vida das pessoas por reduzir a saúde e força dos músculos e ossos, em função do desuso causando a atrofia e perda da funcionalidade destas estruturas, além de causar impactos em órgãos vitais, como rins, cérebro, coração, entre outros.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a inatividade física está entre os quatro maiores fatores de risco de morte no mundo, sendo responsável pela morte de 5,3 milhões de pessoas todos os anos pela falta de exercícios físicos regulares.

Em 2012 a revista The Lancet publicou um estudo realizado em 122 países, que afirma que o sedentarismo tem o mesmo impacto que o tabagismo no número de mortes no mundo, ou seja 1 em cada 10 mortes.

No Brasil, conforme dados publicados pelo IBGE, 62,1% dos brasileiros acima de 15 anos não praticam qualquer tipo de atividade física ou esportes. O sedentarismo é mais comum em mulheres (66,6%) do que em homens (57,3%). Porém, daqueles que se declaram ser ativos fisicamente a grande maioria não o faz sob orientação de um profissional de educação física, o que implica em aumentar o risco de desenvolver problemas de saúde relacionados à prática inadequada de exercícios.

 

Sedentarismo e doenças relacionadas.

O corpo humano evolui ao longo de aproximadamente 200 mil anos para ser ativo, pois dependia disso para sua sobrevivência e subsistência. O advento da tecnologia, que por sinal trouxe avanços sensacionais para a humanidade, dentre elas: aumento da expectativa de vida (30 anos a mais que há um século) e a eliminação quase total de doenças infecciosas, trouxe, também, uma redução drástica do movimento humano, levando ao surgimento epidêmico de certas doenças.

O sedentarismo está diretamente ligado à várias doenças do mundo moderno, como: osteoporose, sarcopenia, problemas de coluna, doenças articulares, obesidade, mal de Alzheimer, pressão alta, diabetes, aumento do colesterol, infarto, derrames, depressão, entre tantas outras.

Veja o percentual de casos de doenças ligados ao sedentarismo:

  • Diabetes – 27%
  • Câncer de mama – 21 a 25%
  • Doenças cardíacas – 30%
  • Câncer de cólon – 21 a 25%
  • Morte por infarto – 54%
  • Morte por derrame cerebral – 50%

A obesidade é um grande fator de risco para saúde, pois está associado ao aumento da pressão arterial, dos níveis de açúcar e gordura no sangue, além do aumento de risco de problemas cardiovasculares, apneia, câncer entre outros. O sedentarismo e um dieta hipercalórica são normalmente fatores que levam à obesidade.

Podemos concluir, facilmente, baseado em dados e inúmeros estudos que o sedentarismo mata e elimina a possibilidade de uma vida plena e feliz.

 

Como deixar o sedentarismo?

A primeira coisa para sair do sedentarismo é mudar os paradigmas relacionados ao treinamento físico. Se exercitar tem a ver com amor próprio e não com seguir uma “modinha” ou um padrão estético, pois como você viu acima, é muito mais perigoso ser um magrinho sedentário, do que um gordinho ativo fisicamente. Além disso, o mais importante não é focar no treinamento em si, e sim, nos ganhos que você irá ter na sua qualidade de vida ao investir na prática regular do treinamento.

4 passos para te ajudar a sair do sedentarismo:

  1. Tempo:aceite que cuidar da sua saúde demanda tempo. Os resultados ficarão mais evidentes após 3 meses de treinamento regular;
  2. Exame médico:faça uma avaliação médica para ter segurança antes de iniciar seu treinamento;
  3. Paciência e regularidade:inicie de forma progressiva, separe 2 a 3 dias na semana, você não vai recuperar anos de sedentarismo em poucos dias;
  4. Orientação correta:procure um profissional de Educação física capacitado para fazer a orientação adequada dos melhores exercícios para você em cada etapa.

 

Benefícios do treinamento físico.

  • Melhora a disposição física para as atividades diárias;
  • Fortalece os músculos, aumentando a autonomia e segurança;
  • Exercícios liberam endorfina, substância que ajuda a regular o sono, a aliviar o estresse e a ansiedade;
  • Diminui os riscos do câncer de mama, pois os exercícios diminuem os níveis de estrogênio– hormônio intimamente ligado ao câncer de mama;
  • Combate a osteoporose, doença dos ossos, exercícios de força fortalecem a massa óssea;
  • Melhora no humor, devido ao aumento dos níveis de serotonina;
  • Fortalecimento do sistema imunológico, diminuindo o risco de resfriados e infecções;
  • Aumenta a libido e o desempenho sexual, pois melhora a autoestima e o condicionamento físico;
  • Ajuda a reduzir e controlar o peso corporal;
  • Reduz colesterol ruim LDL;
  • Previne o diabetes ou ajuda a controlar os níveis de glicose sanguínea;
  • Controla a hipertensão, pois libera substâncias que causam a dilatação e o fortalecimento dos vasos sanguíneos.

São inúmeros os benefícios que o treinamento físico pode trazer para a sua vida, porém o mais importante é que todos estes benefícios implicam e um único ponto: Viver bem! E só sabe o que é viver bem, com disposição e energia quem treina regularmente, se você nunca treinou regularmente não faz ideia da sensação agradável de estar apto fisicamente para curtir a vida.

Não perca mais tempo, não perca mais vida. Comece a se mexer agora!

Por que grande parte das pessoas não gosta de academia?

Olá, tudo bem? Se você está aqui lendo este texto é porque ou se identificou com um grande parcela da população que não gosta de academias ou no mínimo achou estranho o título, uma vez que somos regularmente bombardeados com informações sobre a importância da prática de exercícios seja para estética ou para a saúde e as academias são as empresas que oferecem este serviço.
Será?
Para começar gostaria de me apresentar brevemente, pois você pode estar se perguntando que competências eu teria para abordar este assunto! Bem, eu sou Profissional de Educação Física a quase duas décadas, tenho várias pós-graduações entre outros inúmeros cursos de qualificação, sou empresário do setor ao longo destes anos, mas principalmente atuo diariamente com pessoas que não gostam de academias, mas querem fazer uma atividade física para ter mais saúde ou recuperar parte dela perdida ao longo da vida.
Durante estas quase duas décadas conversei com milhares de pessoas, como você, que já tentaram iniciar uma atividade física em uma academia e se frustraram! Algumas tentaram mais de uma vez outras desistiram nas primeiras tentativas. Mas, uma coisa era comum em todas elas, todas queriam ser mais saudáveis, mais bonitas e/ou ter mais disposição para aproveitar a vida.
Todas estas frustrações me despertaram um interesse em tentar entender o que realmente estava por trás desse padrão e poder ajudar estas pessoas, pois se todos temos a informação da importância da atividade física para se ter uma vida saudável, porque tantas pessoas não são bem sucedidas em serem mais ativas fisicamente? Atualmente no Brasil 30% da população é fisicamente ativa e apenas 2% a 5% fazem exercícios em volume ideal, além do que somente 4% praticam suas atividades de forma orientada em empresas do setor fitness.
A onde está o buraco?
Gostaria de compartilhar com vocês alguns achados que fiz ao longo destes anos.Quais são as queixas mais comuns?
  1. O ambiente da academia: várias das pessoas com quem falei relataram que se sentiam deslocadas, ou por estarem fora dos “padrões” estéticos reinantes ou por se sentirem como um “fantasma”, a sua presença ou ausência era passada de forma totalmente imperceptível.
  2. O som da academia: muitas relataram que o tipo de música ou a altura da música era extremamente incomoda e isso era mais um fator para fazê-las se sentirem desconfortáveis em um ambiente no qual já não se sentiam acolhidas;
  3. Falta de atenção: a grande maioria se sentia insegura na prática dos exercícios por não terem uma orientação e correção regular durante a prática dos execícios e alguma das vezes chegaram ao ponto de terem orientações completamente diferentes conforme o instrutor que as abordara;
  4. Monotonia nos treinos: mais do que treinos repetitivos não entendiam o porque da seleção daqueles exercícios em específico, bem como quando trocado o programa de treino qual o critério utilizado para fazê-lo;
  5. Falta de resultados: independentemente dos objetivos e restrições apresentadas a maioria relatou que tinha a nítida sensação que os treinos propostos em nada ou quase nada se diferiam de outros praticantes com necessidades e objetivos completamente diferentes e por consequência não percebiam ganhos. Em alguns casos mais específicos em que o praticante tinha um quadro mais restritivo o problema ao invés de melhorar se agravava.


Creio que a esta altura você talvez tenha se identificado com um ou mais itens da lista acima, mas o que estaria por trás destas queixas?
  1. Faixa etária: a maioria das pessoas que não se identificam com o ambiente das academias convencionais estavam acima dos 40 anos de idade e isto faz todo sentido, pois de forma geral o modelo tradicional de academias é voltado para um público mais jovem. Isso não que dizer que não exista uma parcela de praticantes de academia acima dos 40;
  2. Tipo de serviços oferecidos: a maioria dos serviços são padronizados. Independente da academia, os serviços são praticamente os mesmos e não atendem de forma individualizada as necessidades do praticante, principalmente aqueles com um quadro mais delicado e que normalmente já tem “medo” de se machucar ou piorar treinando;
  3. Atendimento: este grupo de pessoas que não se adéqua ao modelo tradicional de academias, normalmente deseja mais atenção, não por carência, mas por segurança. Elas querem ser atendidas, pois entendem que estão pagando pelo serviço e não pela locação de espaço e equipamentos;
  4. Tempo e resultado: este público entende que o seu tempo é muito valioso, sendo assim o tempo investido na prática da atividade física para sua saúde tem que valer a pena e gerar resultados, se não for assim preferem investir seu tempo em algo mais prazeroso e que tenha resultados claramente perceptíveis.
Todos estes fatores vem criando uma forte pressão no setor que tem sido obrigado a repensar suas propostas de serviço e entrega. Nos últimos oito a dez anos, aproximadamente, começaram a surgir novos “tipos” de empresas no setor, como: clubes de corrida, studios de personal, studios de pilates, studios de treinamento funcional, studios de atividades circenses, entre tantas outras opções. Ou seja, o mercado está se diversificando e oferecendo novas opções aos praticantes o que é uma ótima notícia, pois hoje vivemos uma grande guerra contra o obesidade e o sedentarismo, que mata 300 mil brasileiros por ano. Apenas estas duas patologias geram um custo enorme para o sistema de saúde do Brasil, para o sistema produtivo, mas principalmente para o bem-estar e bem-viver das pessoas, que estão deixando de viver melhor por perderem qualidade de vida em função dos baixos níveis de saúde relacionados ao sedentarismo.
Então! Vamos começar a se mexer e mudar de vez a sua relação com o exercício e a sua saúde? Você tem hoje muito mais opções para se cuidar além da academia! Escolha uma que se adeque mais ao seu perfil, às suas necessidades e na qual você sinta prazer e motivado, mas nunca abra mão da orientação de um Profissional de Educação Física competente e qualificado, isso vai fazer toda a diferença na sua qualidade de vida.
Se você quer conhecer e entender como funciona uma não-academia entre em contato!

 

Overtraining: o excesso de treinamento físico e seus sintomas

Altas cargas de treinamento são essenciais para o aumento da performance. Entretanto, quando os níveis da carga de treinamento ultrapassam a capacidade de adaptação do organismo, a performance pode diminuir e alguns outros problemas podem ocorrer, entre eles, o Overtraining.

A busca pela estética a todo custo somada a uma pressão social para o alcance dos padrões de beleza estipulados atualmente tem levado as pessoas a buscarem, por meio do exercício físico, redução do percentual de gordura e peso corporal, aumento da massa muscular, além do tradicional condicionamento aeróbio. Isso faz com que se excedam os limites das suas capacidades físicas e psicológicas frente ao desafio de enfrentar cargas exageradas de treinamento aliadas a períodos insuficientes de recuperação. Portanto, é importante que você procure um profissional que entenda os sintomas, causas e estratégias de tratamento e prevenção desse fenômeno.

Definição

O Overtraining pode ser definido como o desequilíbrio entre o estresse gerado por situações no treino e fora dele e a recuperação necessária para que este estresse diminua. Os sintomas devem ser continuamente monitorados e as variáveis de treinamento devem ser ajustados assim que começam a aparecer. Entretanto, como o Overtraining é resultado do desequilíbrio entre a recuperação e o estresse, não somente a carga de treinamento deve ser monitorada e ajustada, mas também fatores estressantes em geral. O Overtraining pode ser classificado como crônico (Overtraining), ou agudo (Overreaching) e é resultado de um acúmulo crescente de fadiga, que se inicia com uma única sessão de treinamento. À medida que o desequilíbrio entre o estresse e a recuperação persiste, o estado de Overreaching é instalado e finalmente, o Overtraining. O Overreaching dura poucos dias a 2 semanas. Já, o Overtraining pode durar de semanas a meses.

Tipos de Overtraining

O Overtraining também pode ser classificado como simpático e parassimpático. O tipo simpático, caracterizado por um estado hiperadrenérgico ou de hiperfunção da tireoide. Já o tipo parassimpático, caracterizado pela predominância do tônus vagal ou por insuficiência adrenal. A principal diferença entre as duas formas é que no tipo simpático, o indivíduo apresenta excitação e irritabilidade. No tipo parassimpático, apatia e depressão.

Diagnóstico

Dois pontos são imprescindíveis no momento de se identificar o Overtraining e devem ser levados em consideração pelo treinador:

  1. Estado de Humor: avaliar este critério é fundamental para o diagnóstico precoce. A diminuição do vigor físico, o aumento da tensão, sinais de depressão, raiva ou irritabilidade excessiva, fadiga extrema e confusão mental são alguns dos itens que devem ter atenção.
  2. Níveis de Estresse Físico/Mental: estar atento ao nível de estresse durante a sessão de treino, realizar perguntas a respeito da rotina diária e analisar a capacidade de seguir estratégias recuperativas fora do ambiente do treinamento (lazer), influenciam na identificação.
  3. Diminuição do Desempenho: este é considerado o “padrão ouro” para se identificar o Overtraining.  Se as variáveis de desempenho estiverem diminuindo sem nenhuma patologia diagnosticada, é muito possível que o processo já esteja instaurado.

Tratamento

Ao ser diagnosticado, as estratégias de recuperação devem ser utilizadas prontamente para que o processo seja revertido o quanto antes. O processo de recuperação não é apenas físico, mas psicológico e social, logo, é de extrema importância que ambos os âmbitos sejam abordados no processo de recuperação. Veja abaixo o que deve ser feito:

Em estágios iniciais/casos leves:

  1. Redução das cargas de treinamento
  2. Mudança no tipo de atividade (fazer jogos recreativos ou praticar outra modalidade esportiva)
  3. Técnicas de relaxamento corporal (massagens em geral) 

Em estágios avançados/casos graves:

  1. Repouso completo
  2. Alteração no cotidiano (viagens ou afastamento do local do treino)
  3. Técnicas psico-regulativas (treinamento mental)
  4. Tratamento medicamentoso (anti-depressivos)

Prevenção

Mais efetivo do que tratar é evitar que ele aconteça. Para isso é importante que se tome alguns cuidados necessários para que o treinamento alcance o seu propósito de proporcionar os resultados esperados, seja seguro e não cause um estresse maior do que a capacidade de adaptação dos sistemas do corpo. São eles:

  1. Estabelecer metas conservadoras e compatíveis com a aptidão física atual
  2. Manter uma comunicação próxima e efetiva entre treinador e cliente
  3. Desenvolvimento de capacidades de auto regulação como relaxamento, mentalização e auto conversa positiva;
  4. Controle das emoções que envolvem o treinamento e/ou frustrações por não alcançar os resultados a todo custo, antes do tempo necessário
  5. Manutenção de uma boa condição física para gerar mais autoconfiança e, consequentemente, a possibilidade de superar situações estressantes no dia-a-dia;
  6. Manter uma dieta equilibrada com larga variedade de nutrientes;
  7. Evitar situações estressantes fora do ambiente do treinamento: conflitos familiares, pressões no trabalho, excesso ou viagens muito longas,
  8. Em momentos da periodização que possuem uma alta intensidade, analisar a condição física para ser compatível com o estímulo a ser realizado

A ausência de diretrizes seguras e embasadas cientificamente no treinamento é um fator de risco enorme favorável ao surgimento do Overtraining. Um programa de treino que faça um levantamento de dados minucioso possui uma maior chance de ser assertivo para a sua condição física. Pessoas extremamente motivadas são mais suscetíveis a desenvolver o Overtraining. Essas pessoas constantemente treinam no limite e ignoram os períodos de recuperação a fim de alcançar resultados mais rápido. Treinar forte é fundamental para se alcançar resultados, porém, vale destacar que os períodos de recuperação devem ser respeitados e serão a diferença entre alcançar ou não os objetivos almejados.


5 dicas sobre dietas – Veja as melhores soluções!

O Objetivo deste artigo é lhe dar dicas práticas para que você consiga conciliar seu período de descanso com uma alimentação eficiente, saudável e inteligente!

De início destaco que ninguém precisa ficar paranoico a ponto de evitar conhecer lugares e culturas, ou mesmo evitar se encontrar com colegas e amigos que realizam as confraternizações por medo de sair da “dieta”.

Seguindo essa lógica de minimizar o impacto de uma mudança do seu padrão alimentar sugiro algumas ideias de forma que você realize escolhas conscientes:

 

1º ABUSE DA ÁGUA, SE HIDRATE!

Muito se fala sobre a importância de beber muita água durante o seu dia. Mas vamos ser sinceros, que o desconforto de ir ao banheiro constantemente às vezes nos deixam em uma zona de conforto.

Então aproveite esse momento para abusar dos líquidos, se tiver na praia, água de coco é uma boa pedida, sucos naturais de frutas da estação – aproveite se tiver viajando a uma outra região para provar frutas novas no formato de sucos.

Uma dica bem prática que dou para que você fique sempre hidratado é andar com uma garrafinha de água. Passe em um mercado e compre uma garrafa de 1,5L de água e coloque dentro da sua mochila.

Água é fundamental para um correto funcionamento do organismo, ele se faz presente no funcionamento de várias rotas metabólicas, então abuse dela!

Não utilize refrigerantes, refrigerantes zero e águas com sabor, sucos em caixa, sucos e chás em pó. Os refrigerantes normais e sucos são lotados de açúcar, corantes, conservantes, etc. Os diets apesar de não conter açúcar possuem adoçantes que também são deletérios pra saúde. Em resumo, todos contém substâncias tóxicas que engordam, reduzem massa muscular, provocam câncer, retiram cálcio dos ossos, entre outras complicações.

 

2º BEBIDAS ALCÓOLICAS – NÃO ABUSE!

Retirado de material elaborado por

Bruno Fisher – Nutricionista e Educador Físico em Brasília

 

Muito cuidado com a utilização de bebidas alcoólicas, elas certamente poderão comprometer muito seus resultados, fato! Vejamos:

As bebidas alcoólicas são compostas basicamente por água e álcool (ex. vodca, cachaça e uísque) ou água, álcool e carboidrato (vinho, cerveja e outras bebidas mais doces). Em geral são bem calóricas e facilmente convertidas em energia, fazendo com que o corpo possa acumular gordura. Cada dose de bebida alcoólica possui entre 100 e 150 kcal, o que em termos comparativos equivale a umas 2 ou 3 fatias de pão. Vamos fazer uma continha simples???

Uma long neck Heineken possui 149 kcal, caso beba 5 unidades estará ingerindo 745 kcal… que equivale a nada mais nada menos que 12 fatias de pão integral da marca Nutrella (cada fatia de 25g possui 60kcal). Mas lembre-se que tem o tira-gosto, aquele peixinho frito da praia ou o amendoim torrado. Fora o descontrole quando está bêbado, que pode fazer com que você acabe consumindo aquele velho cachorro quente “podrão” no final da festa. Agora imagine isso feito consecutivos dias?

Ah, sem contar que o álcool pode afetar negativamente a síntese proteica, em outras palavras o ganho de massa muscular.

Então vamos às dicas:

Opte pela bebida que vai consumir menos! Não tem essa de bebida que é melhor ou pior, o que de fato será menos prejudicial será consumir o mínimo possível. Tem gente que quando sai para beber cerveja não consegue beber menos de 5 latas de cerveja, por outro lado quando bebe whisky fica tranquilo com duas doses. Nesse caso o whisky é certamente a melhor opção!

Mas lembre-se que não adianta nada optar por whisky ou vodca e lotar de energético ou açúcar na caipirinha! Observe abaixo os valores de algumas bebidas por dose:

  • Cerveja (350ml) – 150 kcal
  • Destilados (40ml) – 100 kcal
  • Vinho (150ml) – 125 kcal
  • Espumante (100ml) – 85 kcal

Pode parecer que a cerveja é o pior, mas observe que 1 lata de cerveja possui menos energia que 2 taças de espumante! Sempre peça água junto! É comum as pessoas fazerem isso ao beber vinho, mas raramente vemos pessoas bebendo cerveja fazer algo do tipo. Peça água mineral ou mesmo com gás, e sempre mantenha um copo posicionado na mesa mais próximo do que a bebida alcoólica.

Na maioria das vezes nem percebemos o que estamos levando à boca quando estamos distraídos conversando. Muitas vezes o ato de beber é automático e/ou apenas para diminuir a sede! A água ajudará bastante nessa situação e certamente fará com que beba muito menos ao final do dia, sem contar com os efeitos positivos da hidratação que reduzirá dores de cabeça e mal estar no outro dia, ou seja diminuirá a ressaca.

Procure fazer uma excelente refeição antes de sair para beber. A melhor opção é uma generosa quantidade de vegetais e proteínas, pois vão saciar bastante e evitar que caia na tentação do tira gosto. Mas se por ventura após algumas horas na rua tiver fome, opte por petiscos mais magros, tais como carpaccio, iscas de carne e outros não fritos e sem molhos.

Coma o suficiente para não ficar com fome, e não até acabar o prato!

 

3º GORDURAS E CARBOIDRATOS

Geralmente, nossas opções são voltadas para petiscos empanados, frituras, embutidos. Esse tipo de preparação é um tiro certo para o descontrole calórico do seu dia.

Sendo bem prático, se for consumir esse tipo de petisco durante o passeio a um ponto turístico ou mesmo naquela barraquinha de frente ao mar, cuide da sua alimentação durante as refeições principais, Café da manhã, almoço ou jantar.

Sempre que possível escolha aquele carboidrato que é mais próximo possível do estado natural. Arroz e pão integral são melhores que o branco, a mandioca é melhor que a tapioca ou farinha, a aveia em flocos grossos é melhor que a aveia em flocos finos ou a farinha, a fruta melhor que o suco de frutas etc. Abaixo a lista dos carboidratos mais indicados e dos menos indicados:

Melhores carboidratos – Tubérculos (batata doce, mandioca, cará, inhame etc), cereais integrais (arroz integral, quinua, aveia em flocos grossos etc), leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha etc), frutas, pães e massas integrais. Os vegetais possuem carboidratos, mas muito pouco, por isso é fundamental ingerir em abundância.

Piores carboidratos – Pães e massas brancas, arroz branco, açúcar (qualquer tipo), xarope de glicose ou frutose, mel, barras de cereais, granolas, bolos e biscoitos, farinhas em geral (inclusive tapioca), sucos e refrigerantes, doces etc.

Se quiser evitar o acúmulo de gordura tente reduzir carboidratos e aumentar vegetais, ou seja, no prato menos arroz e feijão e muito mais vegetais! Ah, a proteína também é fundamental e deve ser em maior quantidade!

 

4º AS PROTEÍNAS!!!

Mantenha o consumo de proteínas durante todo o seu dia. Ela será sua aliada nesse período.

Dê preferência para pratos sem frituras, com muito condimento, ou com muito molho envolvido.

As preparações proteica possuem grande impacto na saciedade, ajudam a aumentar a saciedade pós refeições e consequentemente aquela vontade de comer alimentos “engordativos” (doces e guloseimas).

Procure das preferência para as proteínas animais – carnes magras! Sugiro a utilização de iogurte, coalhadas, ovos e queijos pela manhã. Pra você que j faz uso do whey protein, tê-lo durante a sua viagem é importante, pois se trata de uma refeição prática com valores nutricionais ajustados para essa estratégia do consumo consciente das proteínas. Se possível, leve lanches como sanduíches de frango ou atum para seus ambientes.

 

5º DIVIRTA-SE

Diversão vem do Latim divertere,”voltar-se em outra direção”, A ideia aqui foi a de “voltar a cabeça” para outro lado que não sejam as preocupações.

Não fique refém dos seus propósitos alimentares se isso impactar negativamente no seu momento de descontração!

Então, nunca se esqueça que Mens sana in corpore sano (“uma mente sã num corpo são”).

Esqueça as dietas, se reeduque e procure um bom padrão alimentar pra você!

REEDUQUE SUA MENTE PARA REEDUCAR SUA ALIMENTAÇÃO! Limpe seus pensamentos, o resto vem!

 

Abraço Galera!


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