Ano: 2018

Emagrecer é diferente de perder peso? Reeduque sua alimentação

Olá Pessoal, como estão as coisas?

Hoje vamos conversar sobre uma dúvida muito frequente que recebo na prática clínica aqui na Vital Nutri:

“POR QUE EU NÃO CONSIGO EMAGRECER?”

Para ajudar a responder essa pergunta vou trazer elementos práticos, que ocorrem por aqui no consultório. Você é daquela pessoa que tem uma balança no banheiro, e que, diariamente tem o hábito de se pesar e calcular o peso perdido ou ganho após um final de semana, ou ainda após uma orgia gastronômica, após a festinha infantil que você acompanhou seu filhote?

Primeiramente é bom saber que o fato de não perder peso não significa que não tenha emagrecido. É preciso entender que o peso do nosso corpo corresponde à massa de diferentes tecidos: músculos, gordura, ossos, água, etc. Portanto, quando falamos em perder peso, estamos nos referindo a diminuição de qualquer um desses componentes. Já o termo ‘emagrecer’ diz respeito à perda de gordura, que é o que nós queremos já que ela está associada a diversos malefícios para a saúde.

Toda vez que buscamos o emagrecimento temos que ter premissas bem estabelecidas para que isso ocorra. Ou seja, ter um estilo de vida saudável, e bons padrões dietéticos e de treino, de modo que essa modulação, indique ao corpo que ele tem que se utilizar das nossas reservas energéticas para sustentar nossa rotina diária e no final das contas gerar um possível emagrecimento.

Quando chegamos a essa tríade do sucesso esperamos que os resultados venham de maneira rápida e visualmente atrativa. Porém, infelizmente na área da saúde 1 + 1 não é igual a 2!

Vamos visitar o mundo real?!

Digamos que você está sedentário, sem um padrão de treino definido, com altas e baixas de ingesta calórica durante a sua semana, com sono mal organizado, tarefas do trabalho tomando seu tempo e seu pensamento.

Nesse padrão, seus músculos não estão tonificados e há um desequilíbrio entre seus principais hormônios circadianos. Ao reformular sua alimentação e ter um novo padrão de treino, há de imediato esperanças de que o processo de emagrecimento ocorra, mas vale destacar que algumas situações como aumento do tônus muscular, o que acarreta em um maior acúmulo de água no tecido muscular é um fator recorrente e natural nessa introdução da atividade física.

Assim, ao subir na balança depois de alguns dias com essa nova rotina estabelecida, PIMBA, o ponteiro da dita cuja não se alterou!

Você pode até ter emagrecido, mas não perdeu peso, ou seja, perdeu gordura e ganhou tônus muscular. Isso significa que sua composição corporal está mudando, o que é muito bom!

Os músculos são tecidos metabolicamente ativos, ou seja, eles demandam energia a todo o momento, até mesmo quando estamos dormindo. São eles que mais gastam calorias no nosso corpo, afinal não é à toa que são considerados nossos “queimadores de gordura”. Sendo assim, não queremos perder massa muscular, mas sim ganhar ou manter. Pois quanto mais músculos temos, maior a facilidade de perder gordura.

Aqui vale a pena fazer um destaque muito importante:

QUEM REDUZ O PESO SEM FAZER EXERCÍCIOS ACABA PERDENDO MASSA MUSCULAR E MANTENDO TECIDO ADIPOSO!

A massa muscular apresenta maior densidade que a gordura. Por isso ocupa menos espaço no corpo. Com isso, muitas vezes a pessoa pode reduzir sua massa de gordura e mesmo assim não notar grandes reduções na balança.

 

Vamos para outra situação?!

Se você já tem uma atividade física bem estipulada em sua rotina e começa fazer uma restrição alimentar severa, sem acompanhamento de um profissional, você terá uma forte tendência de perder peso e sem emagrecer!

OOpssss…. agora deu um nó na cabeça né?

Pois é, viu como 1 + 1 não é dois! O que acontece é que seu corpo irá atrás da massa muscular como fonte de energia, deixando de dar prioridade total para seus compartimentos de gordura, que é o que realmente você quer eliminar!

Quando esse fato ocorre, é o pior dos mundos. Pois como já dito anteriormente ao perder massa muscular, pode perder seu poder de queimar gordura, deixando seu metabolismo lento, preguiçoso e bloqueado! Nesse momento somente um bom profissional irá conseguir lhe auxiliar!

Fuja de dietas restritivas! Esse é o recado! Dá pra emagrecer comendo coisas gostosas e sem passar fome!

Sempre digo fome não é indicador de emagrecimento! Emagrecer passando fome é coisa de preguiçoso! rs

 

Já vi alguns profissionais indicando aos seus pacientes que se pesem diariamente. Eu indico uma postura contrária, digo aos meus pacientes que esqueçam esse indicador de peso como parâmetro para medir a eficiência do alcance do seu objetivo, e que consigam enxergar outros parâmetros, como por exemplo:

– as roupas estão mais folgadas?

– o cinto tá mais frouxo?

– as pessoas estão elogiando sua nova silhueta?

Se para uma das perguntas acima a sua resposta foi sim, saiba então que você está tomando decisões certas.

Balança não um bom amigo para se medir eficiência do processo de emagrecimento! O Profissional nutricionista tem algumas ferramentas para lhe auxiliar, como o uso de adipômetros, bioimpedância e paquímetros, que nos fornecem bons indicadores para saber se tudo está indo para o caminho certo.

Por hoje é isso pessoal!

Então, nunca se esqueça que Mens sana in corpore sano (“uma mente sã num corpo são”).

Esqueça as dietas, se reeduque e procure um bom padrão alimentar pra você!

REEDUQUE SUA MENTE PARA REEDUCAR SUA ALIMENTAÇÃO! Limpe seus pensamentos, o resto vem!

Rodrigo Amaral


Os joelhos podem mudar a sua idade. Como ter joelhos saudáveis?

“Se meus joelhos não doessem mais…” como diz a letra da música do grupo O Rappa, quase que em prece, muitos de nós já experimentou em algum momento da vida de forma pontual ou constante em nossas vidas um desconforto, uma dor ou até mesmo uma incapacidade relacionada à esta articulação tão importante do nosso corpo.

Várias são as causas dessas dores, mas os principais fatores são o enfraquecimento e encurtamento dos músculos que envolvem esta articulação, gerando um desequilíbrio e uma ineficiência na sua função, aumentando, assim, o risco de lesões. Algumas destas lesões são causadas por um trauma, mas a grande maioria das lesões, mesmo aquelas que ocorreram numa pelada de futebol, em uma partidinha de tênis ou num descuido ao descer uma escada, normalmente, só ocorrem em um nível mais grave por conta desse desequilíbrio.

 

Conheça as principais doenças do joelho:

Condropatia

A condropatia patelar é um problema que atinge mais às mulheres, isso ocorre em função do corpo feminino ter o quadril mais largo o que acentua o ângulo dos joelhos desalinhando a patela, aquele osso redondo do joelho. Isso faz com que ocorra um atrito entre a patela e o fêmur, desgastando a cartilagem de ambos.

Alguns tipos de esportes e atividades físicas, como: corridas, saltos ou repetição de movimentos, como a dança, aumentam a sobrecarga nas articulações do joelho.

Principais causas:

  • a fraqueza dos músculos que estabilizam os joelhos
  • treino de força feito de forma errada
  • falta de alongamento
  • sobrepeso ou obesidade
  • hiperpressão patelar
  • artrose
  • uso constante de saltos

Sintomas:

  • dor frequente na parte da frente do joelho
  • dor ao subir e descer escadas,
  • dor ao ajoelhar,
  • dor ao agachar,
  • dor quando realiza saltos,
  • dor ao sentar com o joelho dobrado
  • dor quando permanece sentado por longos períodos de tempo

 

Artrose

A artrose de joelhos é uma das patologias mais comuns nesta articulação. Ocorre como um o resultado de um processo degenerativo por desgaste da cartilagem do joelho, levando a uma atrito direto entre o osso do fêmur e a tíbia. Este atrito causa dor e dependendo do nível da artrose causa limitação de movimentos e dor. Em casos mais graves é necessária fazer uma artroplastia de joelho, ou seja uma cirurgia de substituição da articulação “original” por uma prótese feita com a liga de Cromo-cobalto. Para pacientes alérgicos, há ainda a possibilidade de ligas alternativas como a liga de zircônio-nióbio ou titânio-nióbio.

Principais causas:

  • Sobrepeso ou obesidade
  • Músculos da coxa fracos ou atrofiados
  • Desgaste natural da articulação devido à idade
  • Traumatismo direto, como cair de joelhos
  • Doença inflamatória associada ao uso indevido da articulação
  • Excesso de uso da articulação, mais comum em atletas ou praticantes de atividades físicas de alta intensidade
  • Treinamento inadequado

Sintomas:

  • Estalos ou crepitações da articulação em movimento
  • Dor no joelho após esforços com melhora em o repouso
  • Rigidez após longos períodos de repouso, como ao levantar pela manhã
  • Inchaço e calor: normalmente na fase inflamatória
  • Sensação de aumento de tamanho do joelho: devido ao crescimento dos ossos ao redor do joelho
  • Movimentos mais restritos: especialmente esticar o joelho completamente
  • Dificuldade em apoiar o pé no chão

 

Lesão do ligamento cruzado-anterior

É a ruptura ou estiramento, do ligamento cruzado anterior. Esta é uma das lesões mais comuns no joelho. Pessoas que praticam esportes de alta demanda física, como o futebol, o tênis e o basquete, têm maior probabilidade de lesionar os ligamentos cruzados anteriores.

Existem 3 níveis neste tipo de lesão e dependendo do nível da lesão e o no nível de aptidão física do lesionado o tratamento mais adequado é cirurgia.

  • Distensões de grau 1.
    • 0 dano no ligamento é leve
    • Ainda consegue manter a articulação do joelho estável.
  • Distensões de grau 2.
    • O estiramento do ligamento chega ao ponto de se soltar.
    • Ruptura parcial do ligamento.
  • Distensões de grau 3.
    • Ruptura total do ligamento.
    • A articulação do joelho fica instável.

Principais causas:

  • Mudança rápida de direção
  • Parar de uma vez
  • Reduzir a velocidade durante uma corrida
  • Apoiar os pés incorretamente depois de um salto
  • Apoiar os pés incorretamente descendo uma escada
  • Contato direto ou colisão

Sintomas:

  • Quando da lesão é possível ouvir um estalo e sentir o joelho mover
  • Dor e inchaço. No período de até 24 horas após a lesão, ocorre o inchaço na região. Sem tratamento, a dor e o inchaço passam sozinhos
  • Amplitude de movimento reduzida
  • Desconforto ao caminhar

 

Lesão dos meniscos

Os meniscos são estruturas semicirculares de fibrocartilagem, que estão fixadas na base da tíbia, osso da perna, e funcionam essencialmente como amortecedores de impacto, ajudando na lubrificação e estabilização dos joelhos. Atuam, também, distribuindo as cargas que passam dentro da articulação.

Cada joelho possui dois meniscos: um medial e um lateral . O menisco medial possuindo pouca mobilidade e sendo mais sujeito a lesões e rupturas, ocorrendo principalmente nas entorses de joelho. O menisco lateral é essencial para a otimização do encaixe entre a tíbia e o fêmur, diminuindo o atrito e o desgaste destes ossos.

Principais causas:

  • Lesões traumáticas: ocorrem em movimentos rotacionais bruscos do joelho (entorses), comum em pessoas ativas, durante a prática de atividades esportivas e dança, ou em pessoas sedentárias com instabilidade nos joelhos.
  • Lesões degenerativas: comuns em pessoas acima de 40 anos e estão associadas à degeneração progressivo que os meniscos e demais estruturas do joelho sofrem com o passar do tempo. Também se relacionam à fraqueza das estruturas musculares que dão estabilidade aos joelhos, devido ao sedentarismos ou desequilíbrios causados por treinamentos errados.
  • Excesso de peso e repetição de movimentos

Sintomas:

  • Rigidez da articulação fica rígida e com maior resistência à flexão
  • Episódios onde o joelho “trava” e a pessoa não consegue esticar as pernas
  • Estalos ao mover a articulação
  • Dores e inchaços

 

Para prevenção ou recuperação desses problemas nos joelhos é fundamental um treinamento físico correto, que respeite os limites e fases da patologia. A recuperação passa por uma visão sistêmica do corpo e do movimento, realizando um trabalho que envolve a melhoria da eficiência não apenas da articulação dos joelhos, mas também dos quadris, tornozelos e pés.

Apesar de se falar pouco sobre esta abordagem, treinar descalço é muito importante para este processo, pois é nos pés que se encontram inúmeros receptores que dão mensagens fundamentais para o sistema nervoso central buscar o equilíbrio e bom funcionamento do corpo.

Mas, isso é assunto para outro dia. Bom final de semana!


Grávida pode pegar peso? – Veja dicas para o período da gravidez

Em outubro de 2013, uma reportagem no programa Fantástico da Rede Globo me chamou a atenção e, imediatamente, fui escrever sobre o tema do treinamento para grávidas. A matéria era referente a Lea-Ann Ellison, 35 anos, 8 meses de gravidez à espera do 3° filho que efetuava sua rotina de exercícios pesados e, segundo a mídia, sem se preocupar com consequências que podia gerar para ela e até mesmo ao bebê.

A reportagem trouxe polêmica na internet e reuniu opiniões diversas de médicos e especialista. Numa imagem de Ellison fazendo exercício com uma Barra nas costas, uma médica ginecologista da reportagem falou de como é prejudicial a descarga de peso nos ombros, nas costas, no quadril e nos joelhos. Não tive como não indagar qual o conhecimento que um médico tem sobre biomecânica. Pode até ter numa breve teoria, mas e na prática? Num ato de rebeldia ao que assistia n a ocasião, respondi e coloquei no texto que a descarga de peso era muito bem distribuída e que, inclusive, não havia nada de prejudicial ao que ela se referia. Vide imagem.

Uma pergunta: quando as pessoas vão parar de emitir opinião sobre o que desconhecem?

A descarga de peso nas articulações ocorre o tempo todo em nossas vidas toda vez que nos locomovemos e é prejudicial quando o sistema osteomioarticular (ossos-músculos-articulações) não é preparado para lidar e sustentar a massa corporal. E ainda vale lembrar que a cartilagem articular se adapta ao exercício e, do ponto de vista biológico e biomecânico, foi feita para tolerar cargas. E a natureza dela! Por isso a importância de praticar exercícios e exercícios com
peso.

Lea-Ann Ellison, praticante com experiência, não começou a fazer exercícios depois que engravidou. Além de estar com o peso ideal, era capaz de carregar bem o peso dela, do bebê e o da barra com cargas. Ela apresentava-se muito bem fisicamente. Suas articulações mostram-se preparadas para a situação. A sobrecarga está muito bem sustentada pelos ombros, costas, lombar, quadris e joelhos. O corpo fala. E nesse caso, fala de alguém que sabe cuidar bem dele.

A prática de exercícios e treinamento para grávidas com carga prepara o corpo da mulher a lidar com a carga que está chegando, ou seja, o bebê. Há aumento de carga no corpo a cada mês alterando o centro de massa corporal, logo, o centro de massa gravitacional. Após 9 meses, a carga aumenta de tamanho na região central do corpo (cintura pélvica) e, com o nascimento, ela muda para a região superior do corpo (cintura escapular) para dar início a fase de amamentação. Portanto, para o corpo da mulher os exercícios com carga auxiliam na disposição física da mãe e na saúde do bebê sempre que bem orientada.

Antes de nos restringir a uma opinião isolada, seja de um médico ou qualquer outro profissional, é importante buscar entender o assunto com fontes e profissionais diversos para que se tome a melhor decisão em prol dos cuidados com seu corpo e sua saúde nesse momento tão especial para o corpo da mulher.


Envelhecimento com amor é muito melhor e saudável

Carta do envelhecimento saudável para nós.

“Olá. Estou aí desde sempre e quero conversar com você. Tenho visto que é incontável o número de vezes que você leu que para envelhecer melhor precisa ter uma alimentação saudável e praticar exercícios, não é mesmo? Observei também que perdeu as contas das tentativas de mudar seu estilo de vida para envelhecer atendendo os dois requisitos acima, não foi? Pois é, eu não nego que o que leu é verdade, mas questiono: DE QUAL lugar você tem feito suas escolhas para caminhar por um envelhecimento saudável? Parou para pensar que em geral lemos as coisas como um conjunto de regras pra cumprir e, uma vez não cumpridas, seremos punidos? Temos que fazer ou queremos fazer? É uma obrigação ou um desejo? Com amor, envelhecimento saudável”.

Pessoas me procuram com seus laudos médicos e os mesmos anunciam que as coisas vão mal com a saúde. E mais, alertam para uma providência emergencial em relação a sua condição física. Então observo o quanto o medo, por vezes, vem nortear nossas vidas nessa hora. Medo de fraquejar. Medo de adoecer. Medo de depender. Medo de envelhecer.

Aprendi, nos últimos anos, o quanto ter medo é importante, pois é uma emoção que sentimos atreladas ao instinto de nos proteger. Contudo, aprendo, diariamente, que o problema reside no excesso de medo, bloqueando nossas ações em prol da saúde. Em estudos sobre essa emoção, encontrei uma reflexão a respeito que diz: “O medo não é só uma reação emocional, contendo crenças por trás. O medo não implica, portanto, uma natureza única e imutável. Trata-se de um sentimento construído historicamente, aprendido e ensinado de formas diferentes, dependendo da época”. (Luciana Oliveira dos Santos, 2011)

Me reporto aos diálogos que ouvia quando meus avós se referiam ao envelhecimento como uma fase com muitas dificuldades e que envelhecer não era bom. Uma vez não sendo bom, sentia-se muito medo de envelhecer. Atualmente, trabalhando com o corpo físico sob a óptica da saúde e bem-estar, ouço outros avós dialogando sob uma nova perspectiva em que o envelhecimento não é tido como fase de muitas dificuldades de antes e envelhecer pode ser bom uma vez que cuidamos de se alimentar bem e se manter em movimento. Ou seja, o medo, no caso de envelhecer, que permeava a vida das pessoas há quase 100 anos, é como citado acima, construído historicamente, aprendido e ensinado diferente em nossa época.

Sim, repito que é preciso repensar o que estamos comendo e buscar praticar atividades que façam o corpo se mexer. Se há medo de começar uma forma nova de se alimentar ou introduzir uma rotina de exercícios físicos na sua vida, se filie a profissionais competentes no assunto. Dessa forma, pode fazer aquilo que você lê na teoria se concretizar na prática. Vamos evitar a obrigação de ser saudável e sim nos convidar a ser saudável, experimentando novas situações, pois os medos dos nossos avós podem ser ressignificados em virtude da realidade da nossa época.

Envelhecer requer nossa permissão para a vida continuar a fim de que se possa desfrutar de todas as experiências que queremos viver. Cuidados com a nutrição e o movimento corporal vão dar disposição e energia para responder ao que deseja fazer na sua vida. E isso não deve ser um ato de obrigação com você, mas um ato de amor com você. A obrigação oprime. O amor acolhe. Ser obrigado a fazer algo, não há prazer. Há prazer se fazemos com amor. Que a voz que venha falar sobre o envelhecimento saudável, neste texto, seja do auto-amor e cuidados especiais com você e seu processo de envelhecimento. Com amor, Liliam.

*L.O.S. (2011) no texto “O medo como emoção”. Excertos do artigo “O medo contemporâneo: abordando suas diferentes dimensões” no blog Papeando com a Psicologia.


Como vencer a indisposição? – Saiba como controlar esse mal

Já observou como estamos envelhecendo diferente das gerações de nossos pais e avós? Converso, diariamente, com pessoas acima dos 60 anos e algumas delas dizem não se sentirem com 60 anos.

Verdade que envelhecer hoje com
base nos avanços da medicina, fármacos e tecnologia, tornou-se possível prolongar a vida, mas observo, na conversa com essas pessoas, que esses recursos não garantem um prolongar de vida com mais disposição.
Muitas delas se detém a cuidados mais especiais com a saúde, que vão além dos exames médicos de rotina ou medicações preventivas. Elas escolhem alimentos de maior qualidade nutricional e, todas, praticam atividade física.

Ah, Liliam, mas pra fazer exercício dá uma preguiça sem fim! E vou dizer que você está coberto (a) de razão. Em vídeos que acompanho da Casa do Saber do neurocientista Sérgio Calabrez, ele menciona o quanto nosso cérebro faz, de tudo, para economizar energia. Conclusão, o cérebro é preguiçoso. Opa, arrumamos um
culpado, até saber que somos nós carregamos um desse sobre nossas cabeças, não é? Enfim, não é válido pensar que quem gosta de fazer exercício não tenha preguiça. Tem também. Enjoa também. E as vezes cansa do exercício também. Então, como vencer a indisposição? Aceitando a preguiça e ela só é vencida quando colocamos o corpo em atividade dúvida regular. Vão abaixo algumas dicas pra lidar com ela.

1-Feche os olhos e se imagine fazendo uma atividade física que te dá prazer.

2-Pesquise um local na internet pra fazer uma aula experimental dessa atividade que você escolheu;

3-Permita-se viver essa experiência sem cobranças a você mesmo e vá com a preguiça mesmo, amiga e companheira;

4-Tire dúvidas e busque, junto com o profissional, descobrir motivações para praticar aquela atividade.

É garantido que a maioria de quem ousa dar os 4 passos descritos, consegue descobrir um novo estilo de vida por meio da prática da atividade física escolhida com prazer. A preguiça tende a se acostumar a rotina e à disposição começa a concorrer com ela no dia dia.

Ter disposição é como li na citação de Sacks “[…] levantar-se sozinho, […] caminhar e caminhar pra longe […] pra longe dos médicos, caminhar pra longe de quem se dependia […] caminhar livremente, ousadamente, aventureiramente, para onde se quiser”.

Introdução ao livro Envelhecimento Saudável – Manual e exercícios com peso, Vagner Raso, 1ª edição, SP, 2007.


Não seja vítima do sedentarismo. Previna-se e elimine os fatores de risco

Você é sedentário? Se sua resposta for sim, não se engane, você é um forte candidato a ter problemas sérios de saúde, com perda de vitalidade e com um risco de mortalidade significativamente elevado.

Em 2012 a revista The Lancet publicou um estudo realizado em 122 países, que afirma que o sedentarismo tem o mesmo impacto que o tabagismo no número de mortes no mundo, ou seja 1 em cada 10 mortes.

Em um estudo publicado em 2015 no periódico “American Journal of Clinical Nutrition” concluiu que a falta de exercícios físicos aparece relacionada a duas vezes mais mortes do que a obesidade.

O sedentarismo tem sido considerado o mal do século, pois inúmeros problemas de saúde e doenças são causados ou agravados pela inatividade física, além do aumento estatisticamente significativo no risco de morte quando comparado com pessoas ativas fisicamente. Entenda melhor como isso pode interferir na sua vida.

Sedentarismo, o que é?

Por definição o sedentarismo é total falta de atividade física ou a diminuição da mesma para níveis inferiores ao acúmulo de 2200 calorias por semana ou aproximadamente 300 calorias dia. O que corresponderia aproximadamente à 75 min de atividade intensa ou 150 min de atividade moderada.

O sedentarismo afeta a qualidade e vida das pessoas por reduzir a saúde e força dos músculos e ossos, em função do desuso causando a atrofia e perda da funcionalidade destas estruturas, além de causar impactos em órgãos vitais, como rins, cérebro, coração, entre outros.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a inatividade física está entre os quatro maiores fatores de risco de morte no mundo, sendo responsável pela morte de 5,3 milhões de pessoas todos os anos pela falta de exercícios físicos regulares.

Em 2012 a revista The Lancet publicou um estudo realizado em 122 países, que afirma que o sedentarismo tem o mesmo impacto que o tabagismo no número de mortes no mundo, ou seja 1 em cada 10 mortes.

No Brasil, conforme dados publicados pelo IBGE, 62,1% dos brasileiros acima de 15 anos não praticam qualquer tipo de atividade física ou esportes. O sedentarismo é mais comum em mulheres (66,6%) do que em homens (57,3%). Porém, daqueles que se declaram ser ativos fisicamente a grande maioria não o faz sob orientação de um profissional de educação física, o que implica em aumentar o risco de desenvolver problemas de saúde relacionados à prática inadequada de exercícios.

 

Sedentarismo e doenças relacionadas.

O corpo humano evolui ao longo de aproximadamente 200 mil anos para ser ativo, pois dependia disso para sua sobrevivência e subsistência. O advento da tecnologia, que por sinal trouxe avanços sensacionais para a humanidade, dentre elas: aumento da expectativa de vida (30 anos a mais que há um século) e a eliminação quase total de doenças infecciosas, trouxe, também, uma redução drástica do movimento humano, levando ao surgimento epidêmico de certas doenças.

O sedentarismo está diretamente ligado à várias doenças do mundo moderno, como: osteoporose, sarcopenia, problemas de coluna, doenças articulares, obesidade, mal de Alzheimer, pressão alta, diabetes, aumento do colesterol, infarto, derrames, depressão, entre tantas outras.

Veja o percentual de casos de doenças ligados ao sedentarismo:

  • Diabetes – 27%
  • Câncer de mama – 21 a 25%
  • Doenças cardíacas – 30%
  • Câncer de cólon – 21 a 25%
  • Morte por infarto – 54%
  • Morte por derrame cerebral – 50%

A obesidade é um grande fator de risco para saúde, pois está associado ao aumento da pressão arterial, dos níveis de açúcar e gordura no sangue, além do aumento de risco de problemas cardiovasculares, apneia, câncer entre outros. O sedentarismo e um dieta hipercalórica são normalmente fatores que levam à obesidade.

Podemos concluir, facilmente, baseado em dados e inúmeros estudos que o sedentarismo mata e elimina a possibilidade de uma vida plena e feliz.

 

Como deixar o sedentarismo?

A primeira coisa para sair do sedentarismo é mudar os paradigmas relacionados ao treinamento físico. Se exercitar tem a ver com amor próprio e não com seguir uma “modinha” ou um padrão estético, pois como você viu acima, é muito mais perigoso ser um magrinho sedentário, do que um gordinho ativo fisicamente. Além disso, o mais importante não é focar no treinamento em si, e sim, nos ganhos que você irá ter na sua qualidade de vida ao investir na prática regular do treinamento.

4 passos para te ajudar a sair do sedentarismo:

  1. Tempo:aceite que cuidar da sua saúde demanda tempo. Os resultados ficarão mais evidentes após 3 meses de treinamento regular;
  2. Exame médico:faça uma avaliação médica para ter segurança antes de iniciar seu treinamento;
  3. Paciência e regularidade:inicie de forma progressiva, separe 2 a 3 dias na semana, você não vai recuperar anos de sedentarismo em poucos dias;
  4. Orientação correta:procure um profissional de Educação física capacitado para fazer a orientação adequada dos melhores exercícios para você em cada etapa.

 

Benefícios do treinamento físico.

  • Melhora a disposição física para as atividades diárias;
  • Fortalece os músculos, aumentando a autonomia e segurança;
  • Exercícios liberam endorfina, substância que ajuda a regular o sono, a aliviar o estresse e a ansiedade;
  • Diminui os riscos do câncer de mama, pois os exercícios diminuem os níveis de estrogênio– hormônio intimamente ligado ao câncer de mama;
  • Combate a osteoporose, doença dos ossos, exercícios de força fortalecem a massa óssea;
  • Melhora no humor, devido ao aumento dos níveis de serotonina;
  • Fortalecimento do sistema imunológico, diminuindo o risco de resfriados e infecções;
  • Aumenta a libido e o desempenho sexual, pois melhora a autoestima e o condicionamento físico;
  • Ajuda a reduzir e controlar o peso corporal;
  • Reduz colesterol ruim LDL;
  • Previne o diabetes ou ajuda a controlar os níveis de glicose sanguínea;
  • Controla a hipertensão, pois libera substâncias que causam a dilatação e o fortalecimento dos vasos sanguíneos.

São inúmeros os benefícios que o treinamento físico pode trazer para a sua vida, porém o mais importante é que todos estes benefícios implicam e um único ponto: Viver bem! E só sabe o que é viver bem, com disposição e energia quem treina regularmente, se você nunca treinou regularmente não faz ideia da sensação agradável de estar apto fisicamente para curtir a vida.

Não perca mais tempo, não perca mais vida. Comece a se mexer agora!

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